19 de ago. de 2013

Irmãs queimadas em atentado estão lúcidas e não correm risco de morte

Redação Portal Clériston Silva PCS 

Vítima de atentado se recupera de queimaduras
As duas irmãs que estão internadas no Hospital Geral do Estado (HGE) após o atentado a bomba em Jacobina, norte da Bahia, não correm mais riscos de morte. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (19), pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Segundo a Sesab, as irmãs já foram transferidas para a enfermaria do setor de queimados do hospital. Ambas as jovens estão lúcidas, informou a secretaria. Apesar da melhora, ainda não há previsão de alta médica. A Sesab informou que o estado de uma das jovens ainda inspira cuidados por conta da área queimada ter sido considerada extensa. A Secretaria não tem informações sobre o percentual de queimaduras no corpo das jovens.

Investigações - O suspeito de ser o responsável pelo atentado, que deixou seis pessoas feridas, confessou o crime para o delegado José Rogério na terça-feira (13). O rapaz tem 19 anos e é ex-namorado de uma das vítimas.

"Ele foi preso com mandado de prisão. Recebemos as informações através dos depoimentos das testemunhas e foi-se visualizando os traços característicos dele. Após a prisão, ele contou o passo a passo do crime, até o momento da conclusão", relatou o delegado, após o depoimento.

Segundo a polícia, o crime, que ocorreu no dia 9 de agosto, foi passional. "Ele não aceitou que ela [ex-namorada] o largasse. Ele já jogou uma moto contra ela. A ameaçava. Ele disse que a mataria se ela conseguisse outro namorado", acrescentou o delegado José Rogério.

A polícia conta que o homem utilizou uma garrafa de refrigerante com gasolina como bomba. "No dia do fato, ele passou a procurá-la [a ex-namorada] o dia inteiro. A partir das 8h, começou a ligar e monitorá-la. Quando viu o carro do pai dela parado, foi aí que ele sentou na escadaria da lanchonete e começou a montar o artefato. Foi uma garrafa de guaraná cheia de gasolina em que ele amarrou uma bomba junina. Depois ele ficou embaixo de uma árvore, olhou onde ela [a ex-namorada] estava sentada, acendeu e arremessou. A intenção era atingir. A intenção dele era matar", descreveu.

Vítima de atentado mostra queimaduras nas pernas
A polícia descarta o envolvimento de outras pessoas no crime. O delegado quer ainda ouvir duas vítimas e receber o laudo da perícia para concluir o inquérito. "O caso está concluído. Autoria, materialidade, os prontuários médicos, os depoimentos colhidos. Ele vai responder por explosão, na modalidade qualificada, porque era aberta ao público e por homicídio duplamente qualificado na modalidade atentado", afirmou.

Relato da vítima - “Eu estou viva. As cicatrizes, com o tempo, passam. Eu queria agradecer muito ao apoio dos meus amigos, que em todo o momento me ligavam. Foi muito importante, foi muito bom”, disse Roberta Coelho, com marcas no rosto e no corpo.

"Eu me recordo muito das meninas, principalmente da força. A menina de 9 anos com praticamente 80 % do corpo queimado, ela em nenhum momento chorava lá no hospital. Ela dava força para todo mundo e estava muito preocupada com o pai. Ela perguntava se estávamos bem. Camila [outra vítima], estava mais nervosa, com a boca cheia de sangue e muito queimada também”, contou.

Outra vítima, que prefere não se identificar, protegeu Rebeca durante a explosão. As marcas ficaram no corpo, no braço e na perna.

“Foi rápido demais, só deu tempo de ver a bomba e minha amiga que estava perto de mim, eu peguei no pescoço dela e joguei meu corpo em cima do dela, para proteger. Me recordo que, quando olhei para trás, vi a menina, a mais velha de 18 anos, pegando fogo nas mãos e o pai, que já tinha saído, retornou para pegar a criança, que estava se batendo, sem chorar nem nada, só se batendo. E ele saiu com a menina na mão e depois não me lembro de mais nada, só de estar no hospital”, conta. (G1)

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