Redação Portal Cleriston Silva PCS
Um montante de R$ 3,7 milhões foi repassado aos 417 municípios baianos para ser aplicado no combate às epidemias de dengue e da chikungunya, segundo informações da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), divulgadas nesta quinta-feira (30). A Bahia tem 60 mil casos das duas doenças. Se somada com a zika, o número sobe para 94.723 notificações.
De acordo com o governo, para ter acesso ao recurso, os municípios precisam cumprir metas e indicadores, que incluem 80% dos imóveis existentes, com base no Programa Estadual de Controle da Dengue (PCD) e redução do número dos casos das epidemias na região. Sâo 45 para que os gestores enviem à Sesab um Plano de Contingência Municipal homologado pelo Conselho Municipal de Saúde.
Além disso, é preciso mostrar série histórica de incidência de casos de dengue confirmados entre os anos de 2009 e 2014 e ainda o Índice de Infestação Predial do mesmo período, apontando os bairros de maior risco de transmissão e os tipos de criadouros predominantes. Os valores que serão repassados podem variar entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, o que leva em consideração o número de habitantes.
Segundo último balanço da Sesab, até o dia 27 de julho, foram 50.896 casos suspeitos de dengue e 9.312 de chikungunya. A zika aparece com 34.518 notificações. As doenças são consideradas epidêmicas no estado, principalmente nas regiões centro-leste e leste.
Bahia em alerta - A Sesab informou que o risco da pessoa adquirir a doença foi elevado de forma progressiva entre os meses de janeiro e abril para dengue, com 336 casos para cada 100 mil habitantes. No caso da zika e chikungunya, a incidência ficou mais forte a partir de março, com 200 casos para cada 100 mil habitantes e 61 mil para cada 100 mil, respectivamente.
O número de casos de dengue cresceu 179% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram identificados 18.220 notificações. Dos 417 cidades baianas, 371 tiveram alguma ocorrência da dengue registrada na Vigilância Epidemiológica, com destaques para Itabuna (5.817), Ilhéus (5.106), Salvador (3.662), Luis Eduardo Magalhães (2.523), Feira de Santana (2.075), Jequié (1.963), Simões Filho (1.598), Arací (1.177), Serrinha (1.000) e Barra (953), que concentram 50,84% dos casos.
Desse total, a Sesab informou que foram confirmados, na Bahia, 12 casos de dengue com sinais de alarme e 19 casos graves. Deles, nove pessoas morreram. Sobre a chikungunya, segundo a Sesab, 13 municípios têm mais propensão à transmissão espontânea da doença, são eles Feira de Santana, Riachão do Jacuípe, Baixa Grande, Ribeira do Pombal, Amélia Rodrigues, Valente, Camaçari, Salvador, Simões Filho, Capela do Alto Alegre, Ipirá, Nova Fátima e Pé de Serra.
Mais casos de chikungunya foram registrados em outras cidades, porém mantendo relação com Feira de Santana ou Riachão do Jacuípe, a exemplo de Alagoinhas, Brejões, Cachoeira, Conceição do Coité, Irecê e Santa Bárbara. Outros municípios que têm casos confirmados e permanecem em investigação quanto ao local provável de infecção: Cansanção, Gavião, Lauro de Freitas, Pintadas, Serrinha, Ichu, Retirolândia, Santaluz, Una, Banzaê, Cruz das Almas, Mata de São João e Ponto Novo.
A zika foi observada em 199 cidades, com maior número em Salvador (44,16%), Camaçarí (15,90%), Jequié (3,63%) e Porto Seguro (3,11%), que reúnem 82% dos casos. De acordo com a Sesab, do total de 34.518 notificações, a maior parte ocorreu em pessoas com idades entre 20 e 39 anos.
Além dessas, o estado está em alerta também por conta da síndrome de Guillain-Barré (SGB), que pode causar alterações neurológicas com pacientes que contraíram a zika. Sobre a síndrome, a Bahia registrou 115 casos até o dia 23 de julho, sendo que 53 tiveram a doença confirmada, 24 descartadas e 32 ainda permanecem em investigação.