14 de mai. de 2015

Alunos de Inhambupe saem da escola mais cedo pela falta de merenda escolar

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Desde o início deste ano letivo, os estudantes da rede pública do município de Inhambupe, na região do Litoral Norte e Agreste Baiano, estão tendo que sair da escola mais cedo para não ficarem com fome. A merenda escolar, direito dos alunos garantido por lei, não foi paga pela prefeitura sob a alegação de falta de recursos.

De acordo com o vereador da oposição, Marcos Martins (PDT), “já são quase três meses de aula, mas as crianças estão sendo liberadas no horário do intervalo porque o município não está oferecendo a merenda escolar”. Pela falta de alimentação, as crianças acabam ficando sem condições de permanecer em sala de aula, o que pode prejudicar o calendário acadêmico das escolas.

O vereador também declarou que, devido às dívidas do município, as empresas não querem participar do processo de licitação com receio de não serem pagas: “a gestão do município estava em dívida com os fornecedores do ano passado e por isso não se conseguiu confiança dos credores para participarem da licitação para o fornecimento deste ano”.

Durante o ano de 2015, foi transferido o valor de R$ 111.272,00 para o município pagar a merenda, referente aos meses de março e abril. Inhambupe vem passando por uma crise orçamentária visível desde o início do ano. Na manhã de quarta-feira (13), a prefeitura divulgou um comunicado informando o cancelamento da festa de São João da cidade.

Na tarde da última terça-feira (13), professores da Associação Brasileira dos Profissionais Liberais (APLB), pais e estudantes participaram de uma manifestação para cobrar a merenda escolar. O protesto ocorreu na Praça da Matriz, com todos os participantes vestidos de branco. Porém, de acordo com a assessoria da prefeitura, a manifestação ocorreu em reivindicação ao cumprimento do piso salarial dos professores – e não referente à merenda.

Ainda segundo a assessoria, a prefeitura já contratou a empresa que fornecerá a alimentação, que já foi encaminhada para as escolas desde a última segunda-feira (11). A presidente da unidade APLB-Sindicato de Inhambupe, Salete Souza, reafirmou que o protesto se deu devido à situação da merenda, que, até então, não foi entregue a todas as escolas. “A manifestação não foi nem em sonho pelo piso salarial. A prefeitura quer desqualificar a manifestação”, explica.

De acordo com ela, a categoria acompanhou a votação pelo cumprimento do piso salarial, o que já havia sido negociado entre a atual gestão do prefeito Benoni Eduard (PT) e o sindicato.“Tem escola que não recebeu merenda, e tem escola que recebeu muita. Nós fizemos uma mobilização, não foi uma paralisação. Foi uma mobilização com pais dos estudantes pela conscientização da atual situação da educação, pontuamos questões referentes a isso”, esclarece a sindicalista.

Ainda de acordo com Salete, a secretária da educação do município, Iranilda Figueiredo, deu uma ordem para que os alunos só fossem liberados às 11h, o que para a professora é inviável, já que os estudantes ficam com fome. “Não aguentamos mais ver criança com dor de cabeça, dizendo que está com fome”, dispara e continua: “compreendo que não está tudo na mão dela, mas ela agora está em um processo de oprimir a categoria". "A secretária chegou a afirmar que a manifestação é irregular, ilegal”, completa. As informações são do site Bahia Noticias.

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