23 de mai. de 2015

Paripiranga: Procurador acusa delegado de perseguição por cita-lo como suspeito de crime

Redação Portal Cleriston Silva PCS 

O procurador-geral do município de Paripiranga (a 212 km de Serrinha), Alexandre Magno, acusa o delegado Geuvan Passos de perseguição por cita-lo como mandante do assassinato do médico José Carlos Carvalho, ocorrido em 2 de maio de 2014. De acordo com Magno, há o interesse de dar motivação política ao crime para atingir a imagem dele e a do prefeito, George Ribeiro, de quem é considerado potencial herdeiro político. Um relatório feito pelo promotor Gildásio Rizério aponta Magno e Ribeiro como eventuais suspeitos pelo crime, já que o médico e também político concorreria às eleições municipais de 2016 pela terceira vez.

Segundo Rizério, José Carlos era um “candidato imbatível” que “não tinha como perder” e os aliados “eram as únicas pessoas que tinham interesse na morte dele”. O acusado, no entanto, nega qualquer envolvimento com o caso.

O delegado seguiu a linha de investigação proposta pelo Ministério Público, mas a defesa do procurador diz que o argumento de Passos é insuficiente, porque apenas referencia o depoimento de Igor Carvalho, identificado como suposto piloto da moto utilizada durante o homicídio de José Carlos. Conforme registrado no interrogatório do rapaz, ao qual o site Bahia Notícias teve acesso, Lázaro Mato Verde (cujo nome real é Lázaro Matos Fraga, ex-chefe de gabinete do prefeito) ofereceu um advogado para defendê-lo durante o julgamento do homicídio, neste caso, Alexandre Magno. “Os outros depoimentos não constam o nome do procurador em nenhum momento, está só elucidando quem cometeu o crime e ponto”, disse o advogado Caio Pires.

Além disso, a defesa do procurador de Paripiranga afirma que o delegado não tem competência constitucional para investigar o envolvimento do prefeito no caso, exigindo a autorização de um desembargador do Tribunal de Justiça, resultado do foro privilegiado. O delegado afirmou que as contradições de Magno durante interrogatório ajudaram na conclusão das investigações. “Na véspera do crime, Alexandre ficou com o executor por quase todo o dia, de 12h até 20h, isso o próprio Alexandre fala. E eu tenho vários depoimentos que confirmam isso”, garantiu o delegado.

De acordo com Passos, Magno, inclusive, batizaria o filho do executor, identificado como Leonardo Guimarães. O homem era motorista de caçamba que serve à prefeitura, pertencente a Lázaro Matos Fraga, morto em 30 de novembro de 2014, segundo investigação da polícia. “Ele [Magno] diz que não tinha amizade com o executor, que ele pegava o carro só pra lavar, mas tenho provas que as pessoas dizem que ele viajava constantemente com o executor”, continuou o delegado, embora assuma não ter prova física para assegurar.

Contudo, o pedido de quebra de sigilo telefônico e bancário já foi feito. “Não entrei anteriormente porque o promotor de Justiça da comarca é amigo dele, bebia vinho com Alexandre a cada 15 dias”, disparou.

Questionado, o promotor Gildásio Rizério assumiu ser amigo de Magno e encontrá-lo num restaurante da cidade. “Sou promotor aqui há 19 anos, conheço toda a cidade e as pessoas. Aqui em Paripiranga me relaciono com 20 advogados. Não sou inimigo”, acrescentou. Apesar de ter sugerido uma linha de investigação que suspeitava do seu “amigo”, o promotor criticou duramente o delegado Geuvan Passos por ainda não ter concluído o inquérito um ano depois da abertura, e por divulgar na imprensa o que ainda não está na Justiça. “Esse delegado não tem condições de exercer o cargo, ele tem que voltar para a Academia de Polícia. Ainda que ele tenha conjunto de provas, ele procurou emissoras de rádio fazendo estardalhaço desse. Os povoados de Paripiranga estão querendo o prefeito e o procurador para linchar, com base na leviandade do delegado”, criticou Rizério.

O promotor disse ter encaminhado à Secretaria de Segurança Pública (SSP) o pedido de transferência do delegado para outra cidade. A defesa do procurador Alexandre Magno também deve “tomar providências” contra o Geuvan, que, para ela, comete abuso de autoridade. “[Vamos] Representar na Corregedoria da Polícia Civil, ao Ministério Público e requerer indenização por danos morais. E chamar atenção do Tribunal que existe uma investigação com prefeito que ele vem conduzindo sem autorização do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia”, disse a defesa de Magno.

Apesar do risco, o delegado se diz tranquilo e sugere que o procurador tem razões para ficar alerta. “Não estou preocupado, porque estou fazendo meu trabalho de forma clara, honesta, procurando a verdade. Se ele não entrasse em tanta contradição, não fosse tão mentiroso, não estaria na posição que se encontra”, finalizou. (Bahia Notícias)

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