26 de mai. de 2015

Líderes de rebelião em Feira são transferidos para Serrinha

Redação Portal Cleriston Silva PCS 

Dezessete presos apontados pela polícia como sendo os lideres da rebelião no pavilhão 10 do Conjunto Penal de Feira de Santana, que durou mais de 18 horas, foram transferidos no final da manhã desta terça-feira, 26, para o Presídio de Segurança Máxima de Serrinha, o 'cebolão'. A transferência ocorreu 24 horas após o final do motim, que resultou na morte de 9 detentos e ferimentos em mais 4. Segundo a polícia, a rebelião foi motivada por uma disputa entre facções rivais.

Os nomes dos presos transferidos não foram divulgados pela direção da unidade, que tem capacidade para abrigar 608 detentos e está com cerca de 1.500. No pavilhão 10, a capacidade é para 152 e abrigava até o último domingo, 340.

De acordo com o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, a polícia conseguiu chegar aos lideres ou cabeças da rebelião através de depoimentos colhidos entre os detentos e familiares, que permaneceram mais de 18 horas como reféns. "Não há registro em nenhuma unidade da Bahia de rebelião em dia de visita e mantendo os próprios familiares como reféns. Foi algo inédito e com requinte de crueldade enorme, estamos ainda lamentando o que ocorreu", disse.

Nestor Duarte informou ainda que uma sindicância interna foi instaurada para apurar como as três armas de fogo e algumas facas entraram no pavilhão. "Queremos ter esta informação. Está bem claro que elas entraram de forma criminosa ou negligente, mas estamos apurando também com a polícia civil que instaurou inquérito policial, para que o(s) culpado(s) sejam responsabilizado(s)", afirmou.

Greve - Quarenta e oito horas após a rebelião, o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb) dá inicio a uma greve por tempo indeterminado. A paralisação começa nesta quarta, 27, e apenas os serviços de alvará de soltura, alimentação e medicação serão mantidos pelos 30% do efetivo. A categoria reivindica entre outras coisas a realização de concurso público, liberação de porte de armas e aposentadoria especial.

"Entregamos a pauta de reivindicação à SEAP desde janeiro do ano passado e de lá para cá são só promessas. Não aguentamos mais a situação. A rebelião de Feira de Santana serviu para nos encorajar muito mais, porque notamos que se eles fizeram isto com os familiares imagine com um agente", frisou.

Na Bahia, segundo dados do Sinspeb são 900 agentes penitenciários para 14 mil detentos em 17 unidades prisionais geridas pelo estado. (A Tarde)

Familiares buscavam notícias dos presos que estavam sendo transferidos


Foto: Acorda Cidade e Portal Cleriston Silva

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