25 de nov. de 2012

Chuvas amenizam situação de produtores baianos

Redação Portal Clériston Silva PCS 

Os produtores baianos começaram a respirar aliviados com o início das chuvas que caem no estado desde a primeira semana deste mês. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), a situação já está normalizada em dois terços do estado, onde estão concentrados 80% do gado.

A pecuária local foi a atividade mais afetada pela estiagem em todo o Semiárido nordestino. Na Bahia, segundo João Martins, presidente da Faeb e vice presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ainda não é possível estimar as perdas. Segundo ele, em alguns municípios da região conhecida como “coração da Bahia” os produtores perderam todos os animais.

“A seca foi avassaladora. Atingiu uma região [da Bahia] pobre, onde existiam 3 milhões de cabeças de gado”, disse. Os produtores de Jacobina, por exemplo, perderam metade do rebanho que morreu ou foi vendido a preços muito inferiores aos de mercado. “Alguns produtores venderam uma vaca por R$ 600. [O preço poderia ultrapassar os R$ 2 mil por animal em boas condições]. Nossa primeira análise de prejuízo ainda não foi contabilizada. Só saberemos o volume de perdas quando as chuvas continuarem e a situação ficar estável”, disse ele.

João Martins garantiu que as pressões por mais alimentos e água já são menores no estado. Mas, ainda que as chuvas permaneçam frequentes, os impactos deixados pela seca ainda vão produtir efeitos por mais alguns meses. Com a debilidade de muitos animais, a expectativa é que a taxa de natalidade do rebanho caia, por exemplo.

Os fruticultores também calculam perdas significativas. Com a diminuição dos níveis das barragens e a redução de oferta de água dos rios, os sistemas de irrigação foram suspensos para assegurar o abastecimento de água para as pessoas. No Vale do Paraguaçu, produtores de limão e de outras frutas tiveram que desligar totalmente as bombas de captação de água.

A população da Bahia foi uma das que mais sofreu os impactos da estiagem deste ano, apontada como a pior das últimas três décadas. Mais da metade das cidades baianas (259 municípios) declararam situação de emergência. A seca causou prejuízos em todos os municípios do Semiárido nordestino, afetando 10 milhões de pessoas, segundo estimativas do Ministério da Integração Nacional.

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