NOVA PÁGINA WEB

NOVA PÁGINA WEB
cleristonsilva.com

21 de jul. de 2016

Em dez dias, 978 jumentos foram mortos ilegalmente em Miguel Calmon

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Dois frigoríficos do município de Miguel Calmon, no Centro-norte da Bahia, receberam recomendação do Ministério Público do Estado (MPE) para suspender o abate de jumentos a partir desta segunda-feira (18). Entre os dias 8 e 18 de julho foram abatidos 978 jegues nos dois estabelecimentos. Na terça-feira (12) o Frigoserra, em Serrinha, também precisou interromper o serviço.

Os frigoríficos Piemonte da Chapada e Regional da Chapada Norte ficam no povoado de Bagres, na zona rural do município. No dia 13 deste mês, a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri) informou que o Frigocezar, também em Miguel Calmon, é o único frigorífico autorizado para fazer o abatimento de jumentos na Bahia.

Em nota, a assessoria do MP informou que os dois frigoríficos recomendados têm 48 horas, contadas a partir do recebimento da recomendação, para comprovar o encaminhamento dos animais para pastagem, com água, alimento, tratamento e abrigo adequados.

Eles também terão que apresentar laudos técnicos, elaborados por profissionais habilitados, sobre as condições dos animais, desde o transporte até o local de custódia. Todo o material deverá ser encaminhado à Promotoria de Justiça.

"O promotor recomenda ainda que os frigoríficos apresentem, dentro de, no máximo, dois dias, as guias de trânsito dos animais e os exames sanitários relativos aos jegues custodiados nas dependências do frigorífico ou do fazendeiro fornecedor", diz a nota.

Caso os dois frigoríficos desacatem a recomendação poderão responder civil, administrativa e criminalmente. A ação foi recomendada pelo promotor de Justiça Pablo Antônio Cordeiro de Almeida que solicitou também a comprovação da habilitação dos funcionários responsáveis pelo manejo dos animais. Eles têm um prazo de dez dias para apresentar esses documentos.

Dois mil até outubro - Apesar de ser o único frigorífico autorizado para fazer abatimento de jumentos na Bahia, o Frigocezar também recebeu recomendação do MP para suspender as atividades.

A assessoria do estabelecimento informou, em nota, que os abatimentos foram suspensos na segunda-feira (18) e não há prazo de quando o serviço será regularizado. "O Frigocezar esclarece, no entanto, que a maior parte das orientações listadas não cabe ao frigorífico, sendo este o único estabelecimento habilitado para atividade na Bahia, segundo as exigências da ADAB", diz a nota.

Cerca de 300 jumentos são abatidos toda semana no frigorífico. O gerente geral do Frigocezar, Israel Augusto, informou através de nota que o número de abatimentos precisa ser ampliado.

“A recomendação que nos compete é a que está relacionada à capacidade de abate diário do frigorífico. Hoje nós temos uma licença que nos permite abater um número inferior de animais em relação à demanda que iremos atender daqui para frente. Toda documentação para que o aumento aconteça, no entanto, já está em fase de atualização e, assim que estiver pronta, a atividade será retomada”, afirmou.

A assessoria da Seagri informou que não vai comentar as recomendações do MP, nem a decisão do Frigocezar de suspender o serviço. Ainda segundo a assessoria, a Secretaria é responsável por regularizar e fiscalizar a atividade, e escolheu o frigorífico seguindo as recomendações da portaria publicada no Diário Oficial.

De acordo com a Seagri, a carne dos jumentos será usada para consumo animal e o couro será exportado para a China. Os dois mil animais vão gerar cerca de 200 toneladas de produtos, não destinado à alimentação humana. Os animais passam por exames clínico e laboratorial, e precisam pesar, no mínimo, 100 kg para serem abatidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário