2 de jun. de 2017

Bahia tem mais de 200 mil crianças e adolescentes fora da escola, diz pesquisa

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Mais de 200 mil crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora das escolas na Bahia, segundo dados divulgados pela Unicef nesta quinta-feira (1º). Os índices se referem à exclusão escolar, ou seja, aqueles que não estão matriculados em nenhuma das redes de ensino.

Na Bahia, a faixa etária que tem maior número de jovens fora da escola é a de 15 a 17 anos, com 134.698. A segunda maior é a de 4 e 5 anos, que tem 46.243 crianças afetadas, seguida da faixa de 6 a 14 anos, com 39.412. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, que aponta que em todo país são 2.802.258 crianças e adolescentes longe da escola. Desses, 821.595 têm entre 4 e 5 anos, 387.512 estão na faixa dos 6 aos 14 anos e 1.593.151 têm de 15 a 17 anos.

A partir desses dados, a Unicef lançou uma plataforma digital, a Busca Ativa Escolar, para identificar as crianças e jovens que estejam fora das escolas. A proposta é mobilizar municípios e gestores para construir uma rede de identificação desse público e levá-las novamente ao ambiente escolar.

De acordo com o Unicef, o processo começa com um agente comunitário, que, ao identificar um aluno fora da escola, envia um alerta, por meio de SMS, aplicativo e site (alerta.buscaativaescolar.org.br). Depois disso, um grupo multidisciplinar de profissionais faz uma série de ações, que vão desde uma conversa com a família, para entender as causas da exclusão, até o encaminhamento do caso para as áreas responsáveis por garantir a (re)matrícula dessa criança ou adolescente, bem como pelo acompanhamento da sua vida educacional.

Ações - Segundo a diretora pedagógica da Secretaria de Educação Municipal (Smed), Joelice Braga, a prefeitura já se mobiliza para trazer as crianças à escola, mas deve aderir à campanha da Unicef. “Sem dúvida a secretaria vai entrar em contato com Unicef e vamos nos engajar nessa campanha, para que gente possa agregar mais valor ainda ao trabalho que fazemos. Nosso foco é trabalhar para não ter nenhuma criança fora da escola”, disse.

Entre as ações realizadas pela prefeitura, ela destaca o programa Agentes da Educação, que não tem foco na exclusão escolar, mas atua também nessa vertente. “O agente da educação não tem esse objetivo, mas também trabalha nisso. Ele faz articulação da escola com a família, visita locais da residências e, se identifica crianças fora da escola, esse aluno é orientado para ir até ela. Essa é uma demanda que que não chega até a escola”, explica a diretora pedagógica.

A Secretaria estadual de Educação (SEC) foi procurada para falar sobre o assunto, mas até a publicação desta matéria não se posicionou sobre o assunto.

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