2 de fev. de 2019

Após desistência de Renan e duas votações, Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado em 1º turno

Redação Portal Cleriston Silva PCS

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), 41 anos, se elegeu presidente do Senado neste sábado (2) ao obter 42 votos, um a mais que os 41 necessários para um candidato ganhar no primeiro turno. Dos 81 senadores, votaram 77.

É a segunda vez que o MDB perde uma eleição para a presidência do Senado desde o fim da ditadura. Renan Calheiros (MDB-AL) buscava se tornar presidente da Casa pela quinta vez. Mas abandonou a candidatura durante a eleição por entender o processo "deslegitimado".

Com a vitória de Alcolumbre, o DEM passa a comandar o Senado Federal e a Câmara dos Deputados – nesta sexta-feira (1º), Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara, também em primeiro turno.

O resultado da eleição no Senado foi o seguinte:

Davi Alcolumbre (DEM-AP) - 42 votos
Esperidião Amin (PP-SC) - 13 votos
Angelo Coronel (PSD-BA) - 8 votos
Reguffe (sem partido-DF) - 6 votos
Renan Calheiros (MDB-AL) - 5 votos
Fernando Collor (Pros-AL) - 3 votos

A vitória de Davi Alcolumbre foi precedida de

- aprovação de voto aberto na sessão de sexta-feira
- decisão do presidente do STF que determinou eleição com voto secreto
- desistência de três candidatos a presidente do Senado
- anulação da primeira votação porque havia na urna 82 votos de 81 senadores
- retirada da candidatura pelo senador Renan Calheiros

Logo após o anúncio da vitória, Davi Alcolumbre assumiu a cadeira de presidente. Ele cumprimentou todos os concorrentes, inclusive Renan Calheiros. Disse que dará ao rival o mesmo tratamento conferido aos demais colegas.

"Quero dizer ao senador Renan Calheiros que terá dessa presidência o mesmo tratamento que todos os partidos devem ter", afirmou.

O novo presidente do Senado destacou a importância de "reunificar" a Casa e afirmou que não conduzirá os trabalhos com “revanchismo”. Segundo ele, a condição de adversários é "passageira", enquanto as instituições são permanentes.

"Deixo claro também que não conduzirei um Senado de revanchismo. Os meus adversários terão, todos eles, de minha parte, pujante disposição para o diálogo e cooperação", declarou.

Alcolumbre declarou que, a depender da condução dele, a sessão na qual se elegeu presidente terá sido a "derradeira sessão do segredismo, do conforto enganoso do voto secreto".

O parlamentar afirmou que na Casa não haverá senadores de alto ou de baixo clero. “Todos serão tratados com a mais absoluta deferência e respeito”, garantiu.

Alcolumbre pediu "desculpas pelos ultrajes que apequenaram o Senado" e disse que terá "grande espírito público" na função de presidente.

"Espero deixar esta Casa com o país retomando os trilhos, enfrentando as reformas complexas com a urgência que nosso país reclama", declarou.

Em entrevista à GloboNews, Alcolumbre disse que a agenda econômica será prioridade no Senado e defendeu a reforma da Previdência.

Indagado sobre a suspeita de fraude na eleição à presidência do Senado, ele afirmou que vai determinar a apuração sobre o que aconteceu.

Ele atribuiu a vitória à renovação política resultante das eleições de outubro. "A mudança que vem das urnas aconteceu hoje no plenário do Senado Federal", disse.

Perguntado sobre o compromisso dele com medidas de combate à corrupção, o novo presidente do Senado disse que "a Mesa Diretora e os líderes vão definir a pauta, não será uma decisão exclusiva do presidente".

E acrescentou: "Eu tenho que tratar todos os projetos que forem encaminhados para o Senado com a celeridade e a urgência que eles merecem. Como eu me propus a ser um presidente que vai dividir o poder, eu quero dar essa resposta para você a partir do momento em que os partidos indicarem todos os líderes, e os líderes definirem a pauta".

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