14 de nov. de 2016

Briga entre prefeitos cria cenário de terra arrasada em Sátiro Dias

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Conhecida como a terra do escritor Antonio Torres, último baiano eleito para a Academia Brasileira de Letras (em 2013), o município de Sátiro Dias, a 48 km de Serrinha, tem convivido com um clima de tensão desde que o prefeito Pedro Raimundo, o Pedrito (PSL) não conseguiu a reeleição, sendo derrotado por Marivaldo Alves (DEM). Partidários do prefeito eleito acusam Pedrito de dilapidar o patrimônio do município e perseguir os eleitores do seu adversário.

Nessa suposta tentativa de transformar Sátiro Dias numa “terra arrasada”, Pedrito quis aprovar concurso público para contratação de servidores, o que foi barrado pela Justiça.

O gestor nega todas as acusações. Diz que seus adversários são “histéricos” e buscam manchar sua administração tentando evitar que a prefeitura recebe a parcela da repatriação dos recursos depositados no exterior.

Segundo o jornal A Tarde, uma comissão de vereadores ligados ao prefeito eleito denunciaram o que qualificaram de “caos” supostamente iniciada, em Sátiro Dias, após a eleição. Disseram que a maioria dos serviços públicos está parada de forma deliberada como represália de Pedrito à derrota. Alegam que o transporte escolar não funciona, creches foram fechadas e férias foram concedidas aos professores. Uma das creches inaugurada em abril desse ano, construída com verbas do governo federal e com 180 crianças matriculadas também teria sido fechada.

No ônibus que faz transporte de estudantes para o campus da Uneb, em Alagoinhas, só entra quem votou em Pedrito, acusam os vereadores. Denunciaram ainda que carros da prefeitura, um deles novo, que faz transporte para pessoas enfermas até Salvador, comprado esse ano, estariam parados e foram “depenados”.

Seca - Nem mesmo o atendimento às famílias atingidas pela seca teria sido poupado pela “vingança” de Pedrito. O carro pipa que abastece a zona rural da cidade teve os pneus arrancados e em comunidades onde há poços artesianos construídos pela prefeitura há vigília dia e noite para que a bomba não seja quebrada, como já ocorreu. O lixo parou de ser recolhido. Postos de saúde estão fechados. Uma praça que estava sendo construída teve as fundações demolidas. Os vereadores mostraram fotos sobre as denúncias.

Em meio a essa situação, o prefeito lançou edital para concurso público, o que fez os vereadores entrarem com um pedido no Ministério Público para suspender o certame. "Como é que um município nessa calamidade quer contratar pessoas? As contas dele, aliás, foram aprovadas com ressalvas justamente por excesso de pessoal", diz o advogado Cleyton de Souza Santos, que fez a representação ao MP. "Todo desmonte é feito sem que o prefeito fale qualquer coisa aos órgãos de fiscalização".

Prejudicar - O vereador Raimundo Sérgio Vieira Batista afirma que o objetivo do prefeito é prejudicar a próxima gestão mesmo que, para isso, a população sofra. "O objetivo dele está bem claro: é prejudicar a próxima gestão para que o novo prefeito entre com tudo sucateado", disse

Afirmou que a população estaria indignada e começa a reclamar na Câmara e nas redes sociais. "O povo está indo pra cima dos vereadores porque não encontram o prefeito no gabinete e na cidade. Se eu disser que já o vi após as eleições estou mentindo", diz o vereador José Antonio do Nascimento, mais conhecido como Sergipano.

Para piorar, o donos dos mercadinhos onde há caixas eletrônicos na cidade (as agências foram fechadas após explosão de caixas eletrônicos) tentam impedir eleitores que não votaram em Pedrito de pagarem contas e outras transações. Pedem para sair da fila.

As pessoas são obrigadas a seguir para outros municípios quitar suas dívidas, pagar contas, reclamam os vereadores. (A Tarde)

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