20 de jun. de 2014

Ex-ministra Eliana Calmon profere palestra em Serrinha

Redação Portal Clériston Silva PCS 

“Soluções para crise no Poder Judiciário Baiano″ foi o tema da conferência que a ex-ministra Eliana Calmon realizou na última quarta-feira, 18, às 19h30, no auditório da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), continuando o ciclo de palestras em comemoração aos cinco anos da Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (ASSETBA).

Aberto ao público e conduzido pelo advogado Sabino Gonçalves Neto, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil/Subseção Serrinha, o evento foi dirigido a advogados, juízes, defensores públicos, corregedores, servidores do Judiciário e estudantes de Direito. O presidente da ASSETBA, Oscar Bellucci, explica que a escolha da ex-ministra Eliana Calmon para abrir o ciclo de palestras se deve ao fato dela ter sido a primeira a denunciar as mazelas do judiciário brasileiro, dando início a uma nova visão do setor. 

Segundo a jurista baiana, que pediu antecipação da aposentadoria do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para concorrer a uma vaga no senado federal pelo PSB, um dos papeis da associação é justamente mostrar para a população o que é e como funciona o judiciário, quais são os entraves para seu perfeito funcionamento e quais as dificuldades para os processos avançarem. “Até para a sociedade saber quais melhorias deve cobrar”, acrescenta.

Na palestra, Eliana abordou as transformações do Poder Judiciário nas últimas décadas e o papel da instituição de garantidora dos direitos sociais e individuais. Para ela, o funcionamento adequado da justiça é primordial para a consolidação do estado democrático de direito e para o desenvolvimento econômico, político e social do país.

Em entrevista ao Portal Clériston Silva – PCS - a ministra aposentada falou sobre a nova proposta de se fazer política e sobre algumas polêmicas envolvendo seu nome, como quando disse que no Brasil há "bandidos de toga" e que “a relação entre Judiciário e Poder Legislativo é uma porta aberta para a corrupção”. Para Eliana, "todas as vezes que alguém diz verdades, as pessoas são adjetivadas de polêmica".

“Todas as vezes que alguém diz verdades, as pessoas são adjetivadas de polêmica. A cultura brasileira é muito hipócrita. É polêmico não dizer o que a gente pensa. Serei cobrada e vou atender exatamente ao que o povo que confiar em mim espera, porque mesmo que eu não tenha a força suficiente de fazer a aprovação de alguns projetos que são importantes eu terei a minha voz, eu serei a voz da Bahia e com uma tribuna e com imunidade eu conseguirei falar, denunciar e fazer com que toda sociedade saiba o que não é certo e o que poder ser corrigido. E esses que são cidadãos capazes de votar em mim, acreditando em mim terão como observar pela minha voz aquilo que não estar correto e precisa ser mudado pelo legislativo”, disse. 

Questionada sobre a experiência dos seus adversários e ao fato de ser desconhecida do grande público, ela disse que defende uma nova proposta de política, que nem os seus concorrentes tem experiência, e que pretende fazer uma política com as forças vivas da sociedade, onde existe pouca estrutura, pouco dinheiro e não se pede ostensivamente votos.

“Eu estou seguindo o caminho de uma nova política. Uma política com pouco dinheiro, com pouca estrutura, mas com muita militância. E quem são os militantes? Não são os prefeitos e nem são os cabos eleitorais. Eu gostaria de ter as forças vivas da sociedade, os segmentos da sociedade e que cada um desses cidadãos que tem a responsabilidade pelas instituições fossem um verdadeiro soldado da verdadeira política. O que eu peço é que as pessoas prestem atenção em quem estão votando, observando a biografia e a vida pregressa de cada um. O modelo da velha política está falido. Não queremos atacar ninguém, nós queremos atacar as políticas equivocadas, no nosso entendimento”, concluiu.

Ex-ministra Eliana Calmon profere palestra em Serrinha

Ex-ministra Eliana Calmon profere palestra em Serrinha
Ex-ministra Eliana Calmon profere palestra em Serrinha

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