23 de nov. de 2017

Ex-vice-prefeito de Ourolândia foi alvo de condução coercitiva em fase da Lava Jato

Redação Portal Cleriston Silva PCS

O ex-vice-prefeito de Ourolândia (a 270 km de Serrinha), José Roberto Soares Vieira (PT), foi alvo de condução coercitiva pela 47ª fase da Operação Lava Jato, a Operação Sothis. Policiais federais também cumpriram mandado de busca e apreensão no imóvel do petista, no Condomínio Alphaville, no Litoral Norte. As ordens judiciais foram cumpridas na última terça-feira (21), quando a operação foi deflagrada e prendeu o ex-gerente da Transpetro, José Antônio de Jesus.

Roberto é sócio da empresa JRA Transportes, que teria sido usada no esquema de repasse de propina que é investigado pela força-tarefa. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-prefeito disse que o filho de José Antônio, Victor Hugo Fonseca de Jesus, também era societário da empresa, mas seu pai gerenciava a parte financeira do negócio desde 2008. Em 2011 os dois passaram uma procuração para José Antônio em nome da empresa, mas, segundo Roberto, a JRA foi dissolvida judicialmente por iniciativa própria, porque ele não concordava com a conduta do ex-gerente da Transpetro.

"Justamente em razão do declarante ter percebido que José Antônio utilizava o nome da empresa para receber valores de terceiros, passou a ter desentendimentos com o mesmo; (...) chegou por diversas vezes a questionar José Antônio a respeito desses valores que eram depositados na conta da empresa, contudo, o mesmo sempre o ameaçava de retirar contratos da empresa [JRA Transportes], como da BR Distribuidora, em razão do seu poder de influência", diz o trecho do depoimento. Segundo ele, desde que Victor Hugo, filho de José Antônio, passou a integrar no quadro societário, ele percebeu "valores constantes e vultosos" na conta da empresa. Roberto disse no depoimento que todos os contratos firmados com a BR Distribuidora e com a Transpetro foram regulares, mediante processo licitatório, e desconheceu omissões de renda para a Receita Federal entre 2009 e 2016.

Ainda conforme o petista, ele também não conhecia os executivos Nelson Cortonesi Maramaldo e Luiz Fernando Maramaldo, ambos da NM Engenharia, mas admitiu que a empresa realizava depósitos na conta da JRA. "José Antônio apenas dizia ao declarante que esses depósitos eram provenientes de negócios pessoais dele; (...) a JRA Transporte não tinha nenhuma relação comercial com a NM Engenharia, não tendo jamais prestado nenhum tipo de serviço para essa empresa; (...) era o próprio José Antônio ou funcionários por ele indicados que efetivavam as transferências bancárias para Vanessa Fonseca de Jesus e Ana Vilma Fonseca de Jesus", diz o depoimento, em referência à filha e à esposa do ex-gerente da Transpetro.

Por causa disso e da falta de explicações para origem dos recursos "vultosos", Roberto contou à polícia que passou a desconfiar da ilicitude dos recursos. Sobre os repasses da JRA pra sua conta pessoal, o ex-vice-prefeito justificou como "pró-labore e participações no lucro da empresa", mas em algumas oportunidades José Antônio determinava as transferências para que ele pagasse dívidas do próprio ex-gerente. José Roberto Soares Vieira foi eleito vice-prefeito de Ourolândia em 2012, na chapa de Yhonara (PT). No cumprimento de mandado e busca e apreensão a PF teve como saldo celulares, declaração de imposto de renda, relação de faturamento da empresa e disquetes.

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