15 de set. de 2011

O teatro de horrores da política coiteense

Seria engraçado, se não fosse triste, o jogo de empurra entre governistas e oposicionistas de Conceição do Coité sobre os graves problemas da saúde pública no município. Enquanto o prefeito Renato Souza (PP) faz o papel de vítima diante das críticas da oposição, tentando se esquivar da responsabilidade como se gestor não fosse, o PT finge que a saúde no estado, administrado pelo partido, anda de vento em poupa, uma verdadeira maravilha.

Enquanto isso, os coiteenses penam com dois governos incompetentes quando o assunto é oferecer uma saúde pública que garanta o mínimo de dignidade a quem mais precisa dos poderes públicos. Se, por um lado, temos uma prefeitura que permitiu o fechamento da unidade de saúde (Almir Passos) que mais recebia recursos da administração municipal, do outro assistimos com benignidade a um governo estadual que não demonstra o menor interesse em ampliar o Hospital Regional, único em funcionamento na cidade.

Parece tudo encenação, reboante na audiência pública que a Câmara Municipal de Coité nesta quarta-feira (14) para tratar do assunto. Pelo noticiário, um circo de horrores, com troca de acusações e nenhum efeito prático, apesar da presença do prefeito, que, esperava-se, havia decidido comparecer para trazer boas notícias, e não ensaiar 2012. Da audiência não saiu nenhuma proposta, nenhum pacto ou compromisso, nada de novo no horizonte. Todos, incluindo a oposição, só estavam ali preocupados em fazer politicagem, do tipo mais rasteiro.

Como muitas outras, vivemos numa cidade recheada de políticos provincianos. Ou seja, estamos cercados por representantes que não enxergam muito além de um palmo adiante do nariz. A dicotomia entre “vermelhos” e “azuis”, que ainda permeia a verborreia política local, inibiu, ao menos até aqui, o surgimento de lideranças que de fato pensem na cidade coletivamente e que tenham coragem de assumir decisões difíceis, mesmo que isso signifique perder alguns votos.

(Alexandre Reis)

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