19 de out. de 2018

Pai e filho são resgatados de trabalho escravo em Entre Rios

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Duas propriedades de Manoelito Argôlo, pai do ex-deputado Luiz Argôlo, foram fiscalizadas





Um homem e seu filho, que não tiveram suas identidades reveladas, foram resgatados nesta semana em condições análogas a de escravidão na Fazenda Riachão, em Entre Rios, a 168 km de Serrinha. O responsável pelo local seria de Manoelito Argôlo dos Santos, ex-prefeito da cidade, proprietário de diversas fazendas de gado e pai do ex-deputado federal Luiz Argôlo, que cumpre pena de 11 anos e 11 meses em regime fechado após condenação na Operação Lava-Jato.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o homem em condições análogas à de escravidão estava em um casebre sem água, com gambiarras elétricas, manchas de fezes de morcegos nas paredes e banheiro contendo apenas um vaso sanitário sem descarga. Segundo a Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRTE-BA), o homem estava no local com o filho, de 12 anos, que não trabalhava na fazenda, mas vivia no casebre.

No local, não havia armário para armazenar alimentos, o que obrigava os dois moradores a usar arames para pendurar a comida em sacos, como forma de proteger os alimentos de roedores.

O homem relatou aos auditores que teve que levar colchões e roupas de cama próprios, pois o empregador não os fornecia. Além disso, eles tinham que usar a água suja de um poço, armazenada em vasilhames de óleo reaproveitados.

Auditores fiscais do trabalho relataram que casebre não tinha água, nem local para moradores guardarem comidas e roupas


Outra fazenda - Já na Fazenda Rancho Alegre, também de propriedade de Manoelito Argôlo, os trabalhadores recebiam menos que um salário mínimo pelas atividades, não tinham equipamentos de proteção e nenhum deles fazia exames médicos ocupacionais, segundo informou o SRTE. O valor total devido aos empregados supera os R$ 150 mil.

Também não era feito o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e ninguém tirava férias. Conforme relato dos trabalhadores, eles viviam cerca de 30 anos nessas condições de trabalho.

A SRT disse que uma reunião foi realizada na quinta-feira (18) com os representantes do empregador, que se recusou a regularizar os vínculos e realizar o pagamento dos trabalhadores. Diante da situação, será ajuizada ação civil pública em face do empregador e ele também deverá ser responsabilizado por meio de ação penal.

Conforme a superintendência, as propriedades têm pista de pouso e hangar para aviões. Ao lado da casa da família, na sede da fazenda Rancho Alegre, há um grande parque de exposições, que leva o nome do proprietário, Manaoelito Argôlo.

Outro fato que chamou a atenção dos fiscais foi que havia centenas de filtros de água de barro amontoados na varanda de uma casa da fazenda. Alguns estavam quebrados, mas muitos permaneciam dentro de caixas. A equipe documentou o fato e comunicou o caso ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) para que sejam apurados a origem e o destino do material encontrado.

Os dois rapazes encontrados, viviam em um alojamento em más condições de saúde e higiene, sem água potável

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