24 de out. de 2018

Em entrevista, Haddad diz que adaptou plano de governo a pedido de aliados

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Em entrevista ao G1 e à CBN, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, falou sobre a necessidade de o PT se reconectar com a periferia e disse que retirou do seu plano de governo a proposta de realizar uma Assembleia Constituinte a pedido dos novos aliados do 2º turno, PSB e PSOL. Uma assembleia do tipo tem o poder de alterar ou mesmo criar um novo texto constitucional.

"Foi retirada a pedido dos novos parceiros que nós temos no 2º turno, PSB, por exemplo, e PSOL, fizeram sugestões de alterações. E é assim que se faz política. Quando você amplia. O PCdoB se aliou a nós logo no 1º tuno, fez sugestões de mudança. O PSB e o PSOL fizeram sugestões de mudanças de redação e nós próprios, vendo a malícia do adversário e a covardia de não enfrentar o debate, fizemos alterações. Mas a espinha dorsal é rigorosamente a mesma", afirmou o candidato.

Haddad afirmou que seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), estava "pinçando" frases do programa petista e distorcendo em campanha. Por isso, decidiu alterar o texto. "Demos clareza para coisas que ele estava distorcendo no WhatsApp."

Bolsonaro foi convidado para participar de sabatina no mesmo dia, mas não respondeu ao convite. Haddad foi sabatinado pelos jornalistas Renato Franzini, do G1, Milton Jung, da CBN, e pelo comentarista Gerson Camarotti, do G1 e da CBN.

Entre as mudanças no plano feitas pelo petista estão a retirada da proposta de instituir tempo de mandato para os juízes, a retirada a menções a descriminalização das drogas e desmilitarização da polícia, a inclusão de um tópico sobre a "necessidade de coibir roubos e furtos" e a inclusão de uma frase sobre a garantia da autonomia do Banco Central para combater a inflação, que não estava explícita.

Ele também mudou a parte sobre identidade de gênero. Onde antes eram citadas "políticas de promoção da orientação sexual e identidade de gênero", agora aparecem "políticas de combate à discriminação em função da orientação sexual e identidade de gênero".

Segurança pública - Haddad falou sobre a proposta de dobrar o contingente de policiais federais e colocá-los para atuar no combate ao crime organizado. "A PF não cuida de segurança pública e passará a cuidar, por isso que eu quero dobrar o efetivo, não é dobrar o efetivo por dobrar, é dobrar para assumir essas novas tarefas. Disse e repito que o crime organizado hoje tem escala nacional, as facções atuam nacionalmente, as polícias locais, ao invés de focar no trabalho do cidadão que quer, fica hoje perdida, sem foco, tendo que lutar em várias frentes. Ela não vai conseguir da conta do recado, não é por incapacidade, é porque é muita tarefa para pouca gente. A Polícia Federal tem muita inteligência, equipamento instalado."

Questionado sobre os custos para implementação da proposta, o candidato afirmou que a PF é "uma das coisas mais baratas que tem nesse país pelo resultado que ela dá. [...] O que ela custa é muito menos do que ela combate de contrabando, de tráfico. É um equívoco falar em gasto quando você trata da PF. É investimento.

Preço do gás - O candidato voltou a falar sobre o preço do gás. Nos últimos dias, ele tem prometido reduzir o valor com subsídios do governo federal. A ideia é fixar um teto de R$ 49 para o botijão a partir de 1º de janeiro de 2019. De acordo com o mais recente levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, divulgado no domingo (22), o menor preço médio para o consumidor entre os dias 14 e 20 de outubro era de R$ 62,61, no Maranhão, e o maior, R$ 83,84, no Tocantins.

"Vou controlar o preço do gás. Do gás vou, dos outros [combustíveis] não. O que não é item da cesta básica, eu não vou. Os outros derivados de petróleo é mercado. Agora, o gás de cozinha é item da cesta básica, eu vou cuidar da dona de casa que hoje não consegue pagar R$ 75 num bujão de gás. E a Petrobras tem toda a condição de fazer isso, porque o gás representa muito pouco dos negócios da Petrobras", afirmou Haddad.

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