23 de out. de 2018

Haddad encontra líderes religiosos e defende harmonia entre estado laico e todas as crenças

Redação Portal Cleriston Silva PCS

O candidato do PT a presidente da República, Fernando Haddad, passou esta terça-feira (23) no Rio de Janeiro e teve encontros com representantes de cristãos evangélicos, de católicos e de judeus. Fernando Haddad disse que o estado laico deve ter uma relação harmoniosa com todas as crenças. O candidato também defendeu mais rigor na lei contra a corrupção. Logo que chegou ao Rio, Fernando Haddad foi à redação integrada dos jornais "O Globo", "Extra", "Valor Econômico" e revista "Época", onde foi sabatinado por seis jornalistas.

Segurança pública - Respondendo sobre segurança pública, o candidato do PT disse que pretende investir na Polícia Federal, criando um Sistema Único de Segurança. "Eu quero dobrar o contingente da Polícia Federal e quero, como governo central, assumir parte das responsabilidades que hoje são dos estados, para liberar as forças estaduais para proteger o cidadão. Hoje, o estado, as forças do estado, Polícia Militar e Polícia Civil estão sem foco. Nós precisamos criar o Sistema Único de Segurança Pública e passar a fazer a gestão deste sistema também centralizadamente. A União vai ter que assumir certas responsabilidades com a segurança pública", declarou.

Corrupção - Nos casos de corrupção, Fernando Haddad defendeu penas mais severas para os corruptores. "Se eu for eleito, o corruptor vai ter a pena agravada. Pela minha opinião, ele é o elo forte da corrupção. Então, o corruptor tem que ser o mais severamente punido e não pode ter os benefícios de redução de 90% da pena, e o que mentiu, então, não só deveria perder o benefício, mas deveria ter um agravante porque prejudicou o funcionamento do Judiciário", disse.

General Mourão - Durante a sabatina, Haddad afirmou que o candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, general Hamílton Mourão, foi um torturador durante a ditadura militar. A informação foi baseada nas declarações do cantor Geraldo Azevedo.

Em um show no último fim de semana, o artista disse à plateia que quando foi preso, em 1969, o general Mourão foi um dos que o torturaram. Mas, nessa época, o hoje candidato a vice ainda estava no Colégio Militar, em Porto Alegre. Hamilton Mourão só entrou no exército em 1972. O cantor Geraldo Azevedo divulgou uma nota pedindo desculpas pelo que chamou de equívoco.

À tarde, numa entrevista coletiva, Fernando Haddad também se desculpou por ter reproduzido a acusação.

Debate - Na entrevista, Haddad defendeu a realização de um debate com Jair Bolsonaro. "Olha, nunca vi um candidato fugir de um debate de segundo turno. Isso nunca aconteceu na história do brasil. Segundo turno tem debate, todos os candidatos fizeram debate e como só tem dois candidatos, não tem razão para não ter debate. Essa desculpa esfarrapada que ele dá, vocês têm QI suficiente para apreciar, não preciso eu fazer a análise, né? Você acha que é razoável uma pessoa justificar dessa maneira? Parece que estamos falando com criança. Aqui todos somos adultos, não vamos também perder tempo com as baboseiras que ele fala. Ele não quer ir até porque ele não tem o que falar, simplesmente porque ele não tem o que falar. "

Líderes religiosos - Ao longo do dia, Haddad teve encontros com lideranças de diferentes religiões: com pastores evangélicos, com o cardeal arcebispo do rio, d. Orani Tempesta e com a comunidade judaica. Durante essas conversas o candidato defendeu uma relação harmoniosa entre o estado e todas as crenças.

"Fui casado na Igreja Católica, tenho dois filhos batizados na igreja e serei o presidente dos cristãos, dos ateus, dos judeus, porque não tenho nenhum preconceito contra outras crenças", afirmou. "Você vê que eu passei nestes dois cargos 12 anos, sempre com uma excelente relação com as igrejas, com as várias denomiações, procurando compreender o seu papel na sociedade e fazê-los compreender o papel do estado, do poder público na sociedade, buscando compatibilizar, harmonizar", declarou.

Fernando Haddad também visitou o Complexo de favelas da Maré, onde conversou com lideranças de movimentos comunitários.

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