25 de out. de 2015

"Não fui recebida como deveria ter sido", justifica vereadora que votou contra aprovação de contas em Teofilândia

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Câmara de Vereadores de Teofilândia
“Fiz parte dessa gestão por mais ou menos um ano e meio e, infelizmente, não fui recebida como deveria ter sido”, foi assim que a vereadora Verusca Carvalho de Oliveira, conhecida como Verusca do Setor, do PSD, justificou o seu voto contrário ao parecer técnico do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que aprovou as contas do exercício financeiro de 2013 da prefeitura de Teofilândia, de responsabilidade do prefeito Adriano Araújo (PT). A votação ocorreu na noite de terça-feira (20), em sessão realizada na Câmara Municipal. Alheia ao perigo e colocando em "cheque" o futuro do próprio mandato, ela declarou que recebeu o apoio de apenas uma pessoa do governo, a qual, segundo disse, teria recebido, entre outros pedidos, o de contratar pessoas de sua confiança para ocupar cargos no executivo. “Existe na gestão uma pessoa que sempre me deu apoio e por onde eu ando eu falo: foi quem me ajudou e botou (sic) algumas pessoas que na época eu pedi”, disse.

Corroborando com o colega Higo Moura Medeiros, Igor do Sindicato (PMDB), que ignorou os critérios técnicos de avaliação e disse que, na Câmara, o julgamento é político, ela reforçou o seu posicionamento alegando que o seu líder político também teria sido traído pelo governo petista. “Infelizmente, como diz o vereador Igor, aqui o julgamento não é só em relação ao parecer, mas é político. Na verdade, isso não era para estar acontecendo, mas infelizmente eu vi o meu líder político também ser traído logo no primeiro ano da nossa gestão. Então, infelizmente, o meu voto é contrário”, decretou. O posicionamento da vereadora levantou questionamentos do público que acompanhava a votação. “Eu acho que ela foi além da conta e extrapolou todos os limites do absurdo ao falar de si mesma, de empregos e traições para tentar justificar o seu posicionamento a respeito de um assunto tão sério como esse. É uma vergonha o que presenciamos”, lamentou um expectador. "Essa politica mesquinha, que interpreta as leis e instituições segundo as próprias conveniências, tem que acabar”, exclamou outro.

Desarranjado e pressionado pela plateia que o vaiou desde a sua chegada à câmara, o vereador Reinaldo Pinheiro Queiroz, o Reinaldo de Romão (PHS), citou a corrupção e a crise econômica nacional para justificar a sua decisão. Sem explicar, ele também falou de conveniência. “Acho que muitas vezes usamos a conveniência. Então, acho que temos responsabilidades nessa casa. Eu sei que tem pessoas aqui que depende dos seus empregos, precisam realmente do trabalho, mas é como Igor colocou, o julgamento final é dessa casa. Sei que muitas pessoas hoje trabalham na gestão e, futuramente, a gente não sabe quem vai está no poder. Mas eu acho que acima de tudo somos pais e mães de família [...] Então, independente da nossa opinião, eu acho que a gente tem que ter o respeito sempre. Infelizmente essa câmara deu prazo legal ao prefeito e o prefeito não enviou nenhum documento que foi solicitado por essa casa. Eu achei uma falta de respeito em relação aos vereadores, porque não custava nada ele enviar a relação que a relatora solicitou para que a gente pudesse analisar mais aprofundadamente. Sabemos que futuramente quem vai julgar a atitude do vereador é a população. Então, diante de tanta corrupção, diante de uma crise que estamos passando gravíssima em nosso país, infelizmente, eu não tenho condição de votar a favor dessas contas”, disse.

Aprovação - Por 2 votos à favor, 6 contra e duas abstenções, a Câmara de vereadores de Teofilândia aprovou, em definitivo, as contas do prefeito do município, Adriano Araújo (PT), referentes ao exercício financeiro de 2013. Votaram à favor os vereadores Robson dos Santos (PT) e Isaías de Oliveira (PT). Já os vereadores Reinaldo de Romão (PHS), Valter de Gabriel (PDT), Verusca do Setor (PSD), Jojó de Chorrochó (PR), Raimundo de Lourinho (PDT) e Igor do Sindicato (PMDB), votaram contra.  Adriano, cabe ressaltar, teve as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Para reprovar o parecer prévio dos auditores do TCM, seria necessário oito votos contrários, mas as abstenções dos vereadores Abel do Alecrim (PDT) e Carlinhos de Dãozinho (PDT), presidente da casa legislativa, mantiveram a aprovação. O vereador Emerson de Zé de Dinda (PDT) não compareceu à votação.

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