20 de ago. de 2014

Paulo Souto diz que existe "uma rejeição clara e expressa ao governo do PT"

Redação Portal Cleriston Silva PCS

O candidato do DEM ao governo do estado, Paulo Souto, foi entrevistado nesta terça-feira (19) no BA TV e atacou os oito anos de gestão petista, afirmando que os baianos pedem por uma mudança. "Existe um certo sentimento de exaustão com o governo petista que está aí há oito anos e não consegue resolver problemas básicos", criticou. Nesta quarta, o telejornal exibe entrevista com o candidato Rogério da Luz, do PRTB.



Souto, que já foi governador da Bahia, foi questionado de porque voltou a concorrer este ano, já que foi derrotado em 2006 e 2010 ainda no primeiro turno. "Sobretudo, o acolhimento que nós temos tido de uma parte majoritária da população baiana, que tem nos demonstrado de uma forma muito clara que deseja um caminho diferente para a Bahia", afirma.

Souto também foi questionado sobre a importância do apoio de prefeitos - apenas 60 de 417 anunciaram apoio ao candidato do DEM até o momento. "O fundamental é a aliança que a oposição fez na Bahia. Unimos os 3 maiores partidos da oposição na Bahia, DEM, PSDB e PMDB, e mais 12 partidos. Esse apoio político é fundamental", acredita. "Temos apoio de prefeitos, muitos aguardam um momento mais propício para declarar seu apoio", explica.

"O que há é um sentimento da população de que quer realmente uma transformação na Bahia, não apenas pelas pesquisas que têm sido publicadas, mas sobretudo por este sentimento que temos recebido na população (...) (Tem) uma rejeição clara e expressa ao governo do PT", acrescentou Souto. Ele atacou ainda mais o governo do PT. "Foram 8 anos, ninguém na história recente política da Bahia teve oportunidade de governar 8 anos seguidos".

Os apresentadores questionaram Souto sobre as críticas que ele recebeu de, enquanto governador, não ter investido o suficiente em serviços públicos como a saúde. Ele negou essa informação. "Veja que a propaganda do PT, a desacertada propaganda do PT, consegue até que pessoas que são bem informadas possam eventualmente acreditar nisso. Não é verdade". Entre os hospitais construídos, ele citou o Hospital do Oeste, a Maternidade José Maria de Magalhães Neto, em Salvador, o Instituto do Coração e unidades em Ribeira do Pombal e Alagoinhas. "Deixamos em construção 2 hospitais que foram finalizados em Irecê e Juazeiro".

Para Souto, o problema maior não é nem a quantidade de hospitais, e sim a ineficiência da "famigerada", como chamou, central de regulação. "Há um protesto generalizado das pessoas que dizem que é forma do governo escolher quem deve ser salvo e quem não deve ser salvo". "Vamos recompor a organização dos nossos hospitais também".

Em sua última fala, ele sinalizou a ineficiência da segurança na Bahia. "Se tivesse sido mantido nossos índices, de quando deixei o governo, teriam sido poupadas 20 mil vidas na Bahia. O governo atual não foi eficiente do ponto de vista da segurança pública para os baianos".

Veja a íntegra da conversa com Paulo Souto

Jefferson Beltrão: O senhor foi derrotado nas últimas duas eleições, em 2006 e 2010, ambas no primeiro turno. A primeira derrota em 2006 foi considerada surpreendente, tirando a chance da reeleição. Já na segunda, em 2010, a vantagem do seu adversário foi muito maior. O que leva o senhor a acreditar que as suas propostas, derrotadas por duas vezes, vão voltar a conquistar o eleitor?

Paulo Souto: Olhe, sobretudo o acolhimento que nós temos tido de uma parte majoritária da população baiana que tem nos mostrado de uma forma muita clara que deseja um caminho diferente para a Bahia. Isso ficou claro durante a pré-campanha, está muito claro agora. Um certo sentimento de exaustão com o governo petista que está há oito anos e não consegue resolver os problemas básicos da nossa população, principalmente as questões relacionadas aos serviços públicos que afetam diretamente a vida das pessoas aqui em nosso estado. Basicamente, a questão da segurança pública, a questão da saúde, que é gravíssima, e também os desencontros que nós temos tido na questão educacional no estado.

Kátia Guzzo: Um candidato para se eleger depende muito das bases partidárias, do trabalho dos prefeitos? Pergunto isso porque oficialmente o senhor conta até agora com o apoio de cerca de 60 prefeitos num total de 417. Isto significa que o senhor vai precisar trabalhar muito para reverter essa situação ou o apoio dos prefeitos não é decisivo?

Paulo Souto: Olhe, o fundamental é a aliança que a oposição fez na Bahia. Nós unimos os três maiores partidos da oposição - Democratas, o PSDB e o PMDB -, e mais conjunto de 12 partidos, fazendo uma aliança inédita das oposições no estado. Esse apoio político é absolutamente fundamental. Claro, nós temos o apoio de prefeito, temos sim. Eu acho que muitos aguardam um momento mais propício para declarar esse apoio.

Kátia Guzzo: O senhor vai investir nisso?

Paulo Souto: Nós vamos continuar recebendo essas manifestações de apoio. Agora, o que há, Kátia, o que há é um sentimento da população de que quer realmente uma transformação na Bahia. Isso está muito claro, não apenas pelas pesquisas que nós temos presenciado, que têm sido publicadas, mas sobretudo por esse sentimento que nós temos percebido na população. Isso é uma coisa muito forte. É uma rejeição clara e expressa ao governo do PT. Nesses oito anos eles tiveram uma oportunidade de oito anos seguidos. Ninguém na história política recente da Bahia, nenhum governador, teve essa oportunidade de governar oito anos continuamente.

Jefferson Beltrão: Quando o senhor era governador foi muito criticado por não investir o suficiente na área de saúde com a construção de hospitais, provocando a falta de leitos, de UTIs e de equipamentos para exames mais complexos. E ainda a peregrinação de doentes atrás de atendimento na capital. Por que o senhor não investiu como deveria nessa área tão fundamental para a população?

Paulo Souto: Veja o que é que é que a propaganda do PT, a exacerbada propaganda do PT, consegue. Consegue até que são pessoas bem informadas possam eventualmente acreditar nisso. Não é verdade. Em quatro anos, por exemplo, nós construímos o Hospital do Oeste, em Barreiras; construímos a maternidade de referência José Maria Magalhães, aqui no Pau Miúdo, que é a melhor maternidade pública do nordeste; construímos o Instituto do Coração; fizemos novos hospitais em Ribeira do Pombal e em Alagoinhas.

Kátia Guzzo: Mas além de Barreiras, onde mais? Porque a peregrinação é maior do interior atrás de atendimento aqui na capital.

Paulo Souto: Deixamos em construção dois hospitais que foram concluídos em Irecê e em Juazeiro. De modo que houve sim essa preocupação. Veja que isso é muito mais em quatro anos do que agora em oito anos. Agora, o que há hoje é uma extrema desorganização na gestão, por exemplo, da famigerada central de regulação. Na verdade, quando a gente no interior e fala de uma central de regulação há um protesto generalizado das pessoas que dizem que essa é a forma do governo escolher quem deve ser salvo e quem não deve ser salvo. Isso é o que está acontecendo na Bahia e é preciso ter projetos sobre isso. Nós temos projetos sobre isso. Não apenas a construção dos hospitais regionais, Kátia, porque essa construção, qualquer que seja o novo governador, ela demora algum tempo. Mas nós precisamos recompor a organização dos nossos hospitais e, sobretudo, a situação de emergência é tão grande que nós teremos que... [a fala do candidato foi interrompida porque o tempo esgotou].

Jefferson Beltrão: Seu tempo está esgotado candidato. O senhor tem 30 segundo para as suas considerações finais.

Paulo Souto: Muito bem. Eu quero dizer a Bahia que ela pode acreditar. Ela pode acreditar na nossa capacidade de recompor serviços públicos, não apenas na saúde como eu já vinha falando, mas na segurança pública que é essencial. Olhe, se tivesse sido mantida a taxa de homicídios que existia em nossa época teriam sido poupadas 20 mil vidas na Bahia. Essa é uma forma de se dizer claramente como o governo atual não foi eficiente do ponto de vista da segurança pública.

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