5 de ago. de 2018

Bolsonaro anuncia general Hamilton Mourão como vice

Redação Portal Cleriston Silva PCS

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) anunciou neste domingo (5) o nome do general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) como vice na chapa para concorrer à Presidência da República. No início da tarde, o PRTB formalizou a aliança.

Pela manhã, Bolsonaro participou da convenção estadual do PSL em SP. À tarde, também na capital paulista, ao lado de Mourão e de Levy Fidelix, presidente nacional do PRTB, ele comentou a chapa recém-formada. "No momento, eu deixo de ser capitão, o general Mourão deixa de ser general, nós passamos a ser a partir de agora soldados do nosso Brasil", afirmou ele em discurso na convenção do PRTB.

Hamilton Mourão, por sua vez, defendeu "um governo austero, honesto, sem corrupção, com eficiência gerencial, relacionamento republicano com os demais poderes, ou seja, sem balcão de negócios".

O general provocou polêmicas recentemente por algumas declarações. Ele fez elogios públicos ao coronel Carlos Brilhante Ustra, acusado de tortura, já acusou o Judiciário de não ser capaz de garantir o funcionamento das instituições e defendeu a intervenção militar.

Quarta opção - Bolsonaro anunciou o vice após três tentativas que não deram certo. Antes, ele sondou o senador Magno Malta (PR), o general Augusto Heleno, do PRP, e a advogada Janaína Paschoal, do PSL. Todos recusaram o convite. O nome de Hamilton Mourão tampouco havia sido mencionado por Bolsonaro como opção durante a entrevista concedida à GloboNews na última sexta (3).

Intervenção militar e elogios a Ustra - Antonio Hamilton Martins Mourão é gaúcho de Porto Alegre, tem 64 anos. Entrou para o Exército em 1972 e ficou na ativa até fevereiro de 2018.

Ele ganhou notoriedade em outubro de 2015, quando estava no Comando Militar do Sul e fez críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Em uma palestra no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) em Porto Alegre, o general afirmou que era preciso um "despertar para a luta patriótica" como saída para crise política do país.

No dia 20 de outubro daquele ano, a frase foi publicada em reportagem da "Folha de S. Paulo" – parte da palestra já havia sido relatada pelo jornalista Tulio Milman, no jornal "Zero Hora".

Em entrevista ao G1 no mesmo dia 20, Mourão confirmou ter dito a frase durante a palestra, mas explicou que não se tratava de uma convocação. No dia 29, o Exército Brasileiro anunciou sua exoneração do cargo de comandante das tropas na região Sul, e o transferiu para assumir uma posição na Secretaria de Economia e Finanças do Exército. O Exército não informou o motivo da exoneração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário