1 de nov. de 2018

Líder do PT diz que Moro foi 'cabo eleitoral' de Bolsonaro

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (RS) afirma ser de uma gravidade espantosa a revelação do general Hamilton Mourão, vice do presidente eleito, de que o juiz Sérgio Moro foi sondado por Jair Bolsonaro para seu ministério ainda durante a disputa eleitoral.

Nas redes sociais, Pimenta publicou nesta quinta-feira (1º) que Mourão "revelou detalhes desta relação sórdida entre o verdugo do principal candidato [Lula] e o eleito [Bolsonaro]". "Moro atuou na campanha como cabo eleitoral", acrescentou.

Segundo o líder petista "é prova testemunhal da relação criminosa e perversa entre a Lava Jato e Bolsonaro". "Quando Moro vazou a delação de Palocci, já sabia que se Bolsonaro fosse eleito ele seria ministro".

O juiz autorizou a divulgação de trechos do acordo de delação premiada do ex-ministro dos governos Lula e Dilma faltando seis dias para o primeiro turno das eleições.

Ainda segundo o deputado, "fica mais fácil de entender a implacável perseguição da Lava Jato a Lula, o desespero de Moro para que o Habeas Corpus para soltar o ex-presidente não fosse cumprido, e a decisão para que o petista permanecesse isolado durante a campanha, sem nenhum contato com a imprensa".

No início de julho, o juiz Rogério Favreto, plantonista do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), determinou em despacho a soltura do ex-presidente. Horas depois, o juiz Moro, que estava de férias, desautorizou o magistrado da segunda instância, escrevendo que em despacho que Favreto era "autoridade absolutamente incompetente" para determinar a soltura de Lula.

Após uma sequência de decisões, o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, determinou que a prerrogativa de soltar Lula era do relator da Lava Jato no tribunal, João Pedro Gebran Neto, que decidiu que o ex-presidente deveria permanecer preso.

Sobre as entrevistas com o ex-presidente, no final de setembro o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski havia autorizado a Folha de S.Paulo a entrevistar Lula na prisão atendendo a um pedido do jornal. Na mesma data, porém, o ministro Luiz Fux, vice da corte, suspendeu a decisão de Lewandowski.

No início de outubro, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, reafirmou a decisão de Fux que determinou a censura, suspendendo autorização para que o petista dê entrevistas.

No Twitter, Pimenta publicou ainda que "não menos grave é a informação de que o procurador Carlos Fernando, um dos Golden Boys da Lava Jato, não só fará parte de uma eventual equipe de Moro, como durante a campanha já havia sido contatado e informado dessa possibilidade".

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