19 de dez. de 2017

Família acusa hospital por morte de bebê em Conceição do Jacuípe

Redação Portal Cleriston Silva PCS

A dona de casa Renata dos Santos, de 28 anos, perdeu o filho durante o parto realizado no hospital municipal de Conceição do Jacuípe e a família dela acusa a unidade de saúde pela morte do bebê. Os parentes contam que foi iniciado um parto normal e que a criança chegou a colocar a cabeça para fora, ainda viva, mas morreu em seguida asfixiada, e precisou ser decapitada para que o parto fosse concluído.

Conforme Renata, o parto e a perda do filho ocorreram na última segunda-feira (11). Pouco mais de uma semana depois da situação, ela ainda tem marcas no corpo. A mulher, que tem três filhos, contou que fez o pré-natal na unidade de saúde da família, que fica perto de casa, e que estava tudo bem com a criança, que pesava 2,547kg.

A família de Renata relatou que no dia do parto, ela chegou à unidade de saúde de Conceição do Jacuípe por volta das 12h e logo foi atendida. O médico informou à família que a gestante estava com dois centímetros de dilatação e pediu para aguardar. Quando a mulher já estava com sete centímetros de dilatação o parto foi iniciado.

"Tudo planejado e hoje estou sofrendo desse jeito. No dia, eu só vi ela [alguém da equipe médica] subindo em cima de mim e batendo no meu rosto. Eu acordei assustada e ela mandou eu acordar, para ajudar o médico a fazer o parto. Depois abriram minhas pernas. Uma ficou empurrando a minha barriga e eu gritava socorro. Ele [o médico] ainda disse que o bebê estava vindo e que a cabeça já estava ali. Pedia para eu fazer força e eu disse que não estava aguentando. Ai depois eles mudaram a minha posição", relatou.

Uma vizinha que acompanhou Renata no atendimento disse que o bebê ainda chegou a chorar. "Ainda chorou e quando a moça saiu da sala eu perguntei se já teve. Ela disse que daqui a pouco iria estar tudo certo", disse Kattarina Barbosa.

Ainda segundo a família de Renata, por volta das 16h30, a equipe do hospital começou a arrumar a paciente na ambulância e informaram que a gestante seria enviada para o Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, a cerca de 28 km de Conceição do Jacuípe, porque não conseguiram retirar a criança da mãe.

"Foi encaminhada para a sala de cirurgia imediatamente e ele voltou dizendo que minha irmã estava bem, mas que iria passar por uma cirurgia, porque a criança já tinha vindo a óbito. Isso pelo fato de que não conseguiu continuar respirando, porque a cabeça saiu e o corpo não saiu. Aí, os médicos do Clériston tiveram que decapitar a cabeça da criança para depois fazer a cesariana para retirar o corpo", disse a irmã de Renata, Reniele dos Santos.

O diretor administrativo do hospital informou que o parto cesárea não é realizado na unidade de saúde, mas que o diretor médico enviaria uma nota esclarecendo o que ocorreu no parto de Renata. O atestado de óbito diz que a criança morreu por hipoxia fetal, ou asfixia, por conta do trabalho de parto prolongado.

A família de Renata registrou a ocorrência na delegacia da cidade e pede Justiça. "Eu saí de casa com contrações para ter ele e acabou acontecendo que meu filho morreu. Eles mataram meu filho", disse Renata.

A secretária de Saúde de Conceição do Jacuípe, Zenaildes Lisboa, disse que está abrindo uma sindicância para apurar o caso e adotar as medidas cabíveis. Informou, ainda, que a secretaria está dando apoio psicológico para Renata e os familiares.

O médico que atendeu a mulher no Hospital Clériston Andrade disse que não havia outra saída para retirar o bebê e salvar a vida da mãe, porque o ombro da criança ficou preso e ela pesava 5 quilos, o que dificultava a retirada de forma normal. As informações são do site G1/Bahia.

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