15 de abr. de 2014

Traição de mulher motivou assassinato em hospital

Redação Portal Clériston Silva PCS 

José Ricardo, o Pereba, confessou o crime
Um relacionamento extraconjugal provocou uma rixa dentro de uma quadrilha de traficantes em Feira de Santana, município localizado a 70 quilômetros de Serrinha, que deixou duas pessoas mortas em menos de dois meses.

Entre as vítimas está José Fabrício Lima dos Santos, 32 anos, paciente do Hospital Geral Clériston Andrade que foi assassinado dentro da instituição neste sábado (12). Tudo começou depois que José Fabrício, mais conhecido como Chocolate, descobriu que tinha sido traído pela companheira com um colega, Matheus Régis Barbosa, 22 anos.

Os dois faziam parte de uma quadrilha que atua na expansão do bairro Feira XI, com ramificações no bairro do Aviário e 35BI. Transtornado com a traição, Chocolate confrontou o comparsa e matou Matheus a tiros no dia 8 de março. De acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios da região, João Uzzum, o crime criou uma discórdia dentro da facção.

Revoltados com a situação, dois integrantes da quadrilha resolveram vingar a morte de Matheus. Na manhã deste último sábado (12), José Ricardo Macedo Santos Leão, 21 anos, e Edvan Cardoso dos Santos tentaram matar José Fabrício. Ele havia sido alvejado diversas vezes em via pública, na expansão do bairro Feira XI, onde a quadrilha atua.

José Fabrício, o Chocolate, foi socorrido para o Hospital Geral Clériston Andrade. Ele estava se recuperando na unidade médica quando a dupla voltou. "Eles voltaram de noite para terminar o serviço", disse o delegado Uzzum.

José Fabrício foi morto dentro do hospital
Segundo informações da Polícia Militar do município, os dois homens invadiram o hospital pelos fundos e foram para o setor clínico, onde a vítima estava internada. Eles atiraram contra o homem e fugiram. A ação gerou correria e tumulto no hospital. A mãe de José Fabrício estava ao seu lado e também foi baleada, mas não corre risco de morte.

José Ricardo, mais conhecido como Pereba, fugiu do local e foi preso na tarde desta segunda-feira (14) na rodoviária de Feira de Santana. "Ele estava tentando fugir da cidade, prestes a pegar um ônibus no sentido Salvador", relata o delegado. "Depois de Pereba ser detido, realizamos uma diligência na casa dele, onde encontramos uma das armas do crime - um revólver calibre 38. Também apreendemos oito cartuchos do calibre 38 e mais 10 cartuchos de calibre 380".

Ao ser ouvido pela polícia, Pereba confessou o crime e chegou a se vangloriar sobre a morte do ex-parceiro. "Ele contou todos os detalhes do crime, como e porque matou o José Fabrício. Ele não demonstrou remorso nenhum e chegou a gracejar dizendo que comeu Chocolate antes da Páscoa", conta Uzzum. "Apesar do estopim ter sido a infidelidade da mulher de Chocolate, também desconfiamos de que existe a possibilidade de que outros traficantes também mandaram matar o José Fabrício", comenta o delegado.

José Ricardo foi preso em flagrante e encaminhado nesta terça-feira (15) para o Presídio Regional de Feira de Santana. Em entrevista ao site Acorda Cidade, Pereba disse que já tinha tentando matar José Fabrício anteriormente, e que não iria parar até alcançar seu objetivo.

"[Todas as duas tentativas] foi eu e tentaria até a terceira (...). Ele me devia a vida. E eu mataria de novo”, declarou o acusado, que ainda disse que se não tivesse conseguido matar Chocolate no hospital o mataria em qualquer outro lugar. "Estou comemorando. Como chocolate antes da Páscoa", disse Pereba, rindo. 

Mãe de acusado tentou impedir andamento das investigações - A mãe de José Ricardo também recebeu voz de prisão ontem (14), na Delegacia de Homicídios. A polícia descobriu que a mãe de Pereba estava orientando testemunhas a omitirem informações sobre a morte de Chocolate além de esconder o possível paradeiro do comparsa do filho, Edvan, que continua foragido.

"Ela também forneceu chips da operadora Claro para que Pereba e Edvan trocassem os números de telefone atuais e evitarem a prisão", conta o investigador da DH. "Por conta disto, ela foi indiciada pelo crime de Favorecimento Pessoal e liberada ontem mesmo, já que este tipo de crime é considerado de menor potencial ofensivo".

Um outro homem, cuja identidade não foi relevada, também foi intimido a prestar depoimento na delegacia nesta terça-feira (15). Ele é acusado de dar cobertura e esconder Edvan na casa dele após o crime. (Correio da Bahia)

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