18 de jun. de 2020

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é preso em Atibaia, SP

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi preso na manhã desta quinta-feira na cidade de Atibaia, no interior de São Paulo. O também policial militar reformado estava no imóvel do advogado Frederick Wassef, que presta serviços ao filho do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Agentes da Polícia Civil paulista efetuaram a prisão, em apoio ao Ministério Público.

Queiroz foi encaminhado à sede da Polícia Civil na cidade de São Paulo, onde fez exames de corpo de delito. Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, em entrevista ao canal Globonews, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi levado ao Rio de Janeiro, onde será ouvido.

Os mandados de busca e apreensão e de prisão foram expedidos pela justiça do Rio e a prisão foi feita em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo. Queiroz é investigado um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), local onde Flávio Bolsonaro atuou como deputado estadual entre 2003 e 2018.

Em novembro de 2018, Queiroz, que também é ex-motorista de Flávio, foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira "atípica". Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Queiroz, do senador Bolsonaro e de outras 84 pessoas e nove empresas entre 2007 e 2018.






Em 26 de maio deste ano, Flávio Bolsonaro defendeu Queiroz quando fez uma live nas redes sociais para criticar Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro. Queiroz teve o trabalho elogiado pelo filho do presidente da República.


"Como eu me arrependo de ter, eu, te elegido governador. Quantas caminhadas você chegava do nada para me acompanhar? Você não me deu um voto. Você ficava ligando para o Queiroz. Um cara correto, trabalhador, dando sangue por aquilo em que acredita", disse o senador.

O senador Flávio Bolsonaro disse, por uma rede social, que encara "com tranquilidade os acontecimentos de hoje" e que "mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro". Quando o caso Queiroz veio à tona, ainda em 2018, o senador disse que "as pessoas que são suspeitas têm que ser investigadas". No fim de maio, no entanto, classificou Queiroz como um “cara correto, trabalhador, dando sangue por aquilo que ele acredita”.

Em setembro de 2019, o advogado Wassef disse ao programa Em Foco, da GloboNews, que não sabia o paradeiro de Queiroz, e que não era advogado dele. Um caseiro do imóvel disse à polícia, entretanto, que o ex-assessor estava lá havia um ano.

Segundo um delegado que participou da operação, foi preciso arrombar o portão e a porta da casa onde Queiroz estava. Ele não resistiu e só disse que estava muito doente. Na casa, em uma parede sobre a lareira, havia um cartaz do AI-5, ato institucional de 1968 que endureceu a ditadura militar.

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