26 de mai. de 2018

Greve dos caminhoneiros paralisa economia baiana

Redação Portal Cleriston Silva PCS

No sexto dia de greve dos caminhoneiros, os principais setores da economia baiana já apresentam ritmo lento. Mesmo após o governo federal anunciar medida para suspender a paralisação por 15 dias, a categoria continua bloqueando as rodovias de todo País. A paralisação reflete na falta de insumos e consequente danos em diversos setores. Na agricultura, o Mercado Produtor de Juazeiro, considerado um dos maiores da região Nordeste, teve queda de 90% na entrada de mercadoria na última quinta-feira.

Segundo a prefeitura, os protestos dos caminhoneiros e mototaxistas nas estradas que dão acesso ao município provocaram desabastecimento e alta de preço na Central de Abastecimento, que, geralmente, recebe entre 200 e 250 caminhões por dia. Segundo a direção do Mercado Produtor de Juazeiro, alimentos como beterraba, cenoura e tomate já não são encontrados. Enquanto outros, a exemplo da batatinha, no início da paralisação a saca de 50kg chegou a custar R$ 120, agora está sendo comercializadas por R$ 170 reais.

Desabastecimento - O diretor executivo da Agência Municipal de Abastecimento (AMA), Mitonho Vargas, por meio de nota, manifestou preocupação. “Todos os Ceasas do Brasil têm sofrido as consequências deste movimento. Se este movimento se estender por mais alguns dias, ficaremos sem capacidade de distribuição e abastecimento de boa parte do Norte/Nordeste. Cerca de 80% das vendas de hortifrutigranjeiros do Ceasas do Piauí e Céara saem do nosso entreposto. Tudo isso trará ainda ajustes de preços e prejuízos inestimáveis de nossa produção e comercialização”.

No comércio, o cliente já começou a perceber a falta de alimentos perecíveis nos supermercados da capital baiana. O presidente da Associação Baiana de Supermercado (Abase), Joel Feldman, acompanha a paralisação e espera um acordo, pois as lojas já começaram a sofrer o desabastecimento de seções como hortifrutigranjeiros, perecíveis e carnes in natura, além das demais categorias que devem sofrer gradualmente o desabastecimento nos próximos dias. “Recomendamos uma solução ágil, a fim de evitar o aumento de preços em itens de primeira necessidade em virtude da escassez, além da perda de receitas em nossa economia local”, diz um trecho da nota emitida pela Abase.

Os reflexos da paralisação dos caminhoneiros já começaram a afetar também o abastecimento de água. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) recomenda que a população economize, pois a greve dificulta a entrega de produtos químicos usados no tratamento da água distribuída para a população. Segundo a Embasa, por causa da escassez de combustível nos postos, a empresa está priorizando a realização de serviços de manutenção programados e emergenciais que sejam mais urgentes e inadiáveis.

Já a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) informou que por falta de gasolina, os veículos da frota estão com escassez de combustível. Além disso, várias rodovias estão bloqueadas, dificultando o atendimento em Salvador e no interior do estado. A mobilização nacional, também, motivou a suspensão da realização das provas do programa de estágio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que seriam realizadas neste domingo, 27. Uma nova data para realização do exame será posteriormente divulgada.

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