Redação Portal Cleriston Silva PCS
Uma mulher, grávida de oito meses, faleceu após ter sido vítima de disparo de arma de fogo no município de Santo Estêvão, no Centro-Norte baiano. Jéssica Regina Macedo Carmo, 31 anos, era esposa do ex-vereador e atual chefe de gabinete da prefeitura, George Passos Santana, apontado como o autor do tiro. Jéssica era biomédica e trabalhava em um laboratório da cidade.
Segundo informações colhidas pela reportagem, Jéssica Regina deu entrada no hospital municipal no início da tarde de sábado (5) e, além do ferimento a bala, também apresentava hematomas no olho direito e na mama direita. Ela não resistiu aos ferimentos, assim como o bebê, que acabou falecendo. Ainda de acordo com informações, George, conhecido na cidade como George Breu, teria socorrido a mulher e a levado para a emergência do Hospital João Borges Cerqueiral.
Um irmão de Jéssica afirmou que o relacionamento dela com o marido era abusivo. O parente, que não quis se identificar, contou que ela estava no relacionamento há cerca de um ano e dois meses. Em certa ocasião, que não foi detalhada, a mulher teria chegado à casa da família com o olho roxo e hematomas no corpo, consequências de agressões por parte de George, segundo suspeita dos familiares.
George Breu se apresentou à polícia e disse, em depoimento, que o disparo foi acidental. Ele foi ouvido e liberado. Em nota, a Polícia Civil informou que guias de perícia e remoção do corpo foram expedidas e que testemunhas estão sendo intimadas para prestar esclarecimentos. A investigação está sendo comandada pelo delegado Luiz Osório Nobre.
"Eles estavam sozinhos no sítio onde moravam, e ela levou um tiro dele. Ele disse que foi acidentalmente, mas a perícia diz que não. E, na hora do disparo, ele não deu socorro de imediato, pelo que os policiais civis informaram. Ele demorou muito para dar socorro, por isso que o bebê veio a óbito", conta o parente. A criança nasceria em 20 dias.
Filho da vítima nasceria em 20 dias |
O homem ainda afirmou que a casa onde a irmã morava com o companheiro tinha câmeras de segurança, mas que as imagens do momento do crime teriam sido excluídas. "Ele estava tirando as câmeras da casa e a gravação, com as imagens do que aconteceu. Depois, levou ela no hospital, mas ele sumiu e não apareceu mais, a não ser para dar depoimento em Feira de Santana”, adiciona.
O ex-vereador já teria contado três versões sobre o caso. "Primeiro ele disse que ela caiu por cima da arma. Depois, disse que ela se matou, depois disse que estava limpando a arma e sem querer saiu um tiro", narra, acrescentando que espera, agora, por justiça. "Queremos saber o que aconteceu, porque acho que ele matou ela propositalmente, mas não sabemos a motivação. Ele é muito nervoso, alterado e pode ter tido alguma discussão".
O enterro de Jéssica e do bebê foi às 10h da manhã deste domingo (6), no Cemitério São Francisco de Assis, em Santo Estevão. Ela deixou uma filha, de 6 anos, fruto de outro relacionamento. A menina mora com a avó materna. A arma usada no crime foi de calibre 12 e o tiro teria atingido as costas da biomédica.
Goerge Breu foi vereador por dois mandatos, em 2016 e 2020, pelo PT. No seu perfil no Instagram, ele diz que foi presidente da Câmara Municipal duas vezes, que é professor e pai de três filhos. Ele é dono de uma empresa chamada GPS Serviços, que distribui água por caminhões, faz transporte escolar, atividades de limpeza, obras de terraplenagem, obras de urbanização, serviços de pintura e aluguel de máquinas agrícolas, segundo o site da Receita Federal.
Em 2020, ele acumulava R$ 337 mil em bens declarados, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). George Breu foi procurado, através de ligação e mensagem, mas não respondeu à matéria, até o momento. A prefeitura de Santo Estêvão, também procurada, tampouco se manifestou sobre o assunto.
Jéssica foi enterrada neste domingo (6) |
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