Professores que trabalham na rede municipal de educação do município de Teofilândia, na microrregião de Serrinha, estão reclamando de atrasos salariais pelo segundo mês consecutivo. A categoria não recebe salários regularmente desde agosto deste ano. “O salário do mês de agosto foi pago no dia 15 de setembro e o de setembro não tem previsão de quando será pago. Estamos vivendo um verdadeiro massacre, sem data definitiva para o nosso pagamento”, denuncia uma professora, que pediu para não ser identificada por medo de retaliações.
“As verbas são federais, a gente sabe que o dinheiro está lá. Só não sabemos quem está administrando o dinheiro, não sabemos quem vai repassar, porque não é justo a gente trabalhar o mês inteiro e não ter nem o que comer em casa praticamente”, relatou outra docente. Ela diz ainda que alguns contratados do setor da educação já receberam o pagamento referente ao mês de setembro. No entanto, os efetivos não receberam salário algum.
Segundo os professores, desde que perceberam a irregularidade no pagamento de salários, eles buscam respostas junto à secretaria de educação do município, mas sem resultado. “Nós temos um sindicato. Ele [o sindicato] dá apoio, mas também não tem respostas, porque o gestor e a secretária tratam o assunto com negligência”, contou.
Cansados de esperar por respostas, os professores fizeram uma manifestação na tarde da última terça-feira, dia 10. Segurando faixas e cartazes com dizeres como "A educação de Teofilândia está de luto” e "Gestor pague o nosso salário”, os educadores percorreram as principais ruas da cidade denunciando as irregularidades.
Com dívidas pendentes, uma outra professora está preocupada, e diz que se sente humilhada. “Até porque a gente tem compromisso e não sabemos a quem apelar. As pessoas para quem a gente deve, perguntam e ficamos até com vergonha de explicar a situação. Por isso procuramos os canais de comunicação para fazer essa denúncia. O prefeito está fazendo pouco da nossa cara”, reclamou.
A reportagem do Portal Cleriston Silva - PCS - tentou falar com a secretária de Educação da cidade Adriana Oliveira, mas não conseguiu contato por meio do telefone disponibilizado por um funcionário da pasta. O prefeito Tércio Nunes também foi procurado por telefone, mas as ligações não foram atendidas.
APLB - Em nota de repúdio, a APLB (Associação dos Professores Licenciados da Bahia), diz que a postura cruel do gestor acarreta danos à saúde dos servidores, prejuízos financeiros e destrói a dignidade daqueles que dedicam suas vidas na missão de formar cidadãos. Ainda de acordo com a instituição, o caso já foi denunciado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).
“A conduta do prefeito é inadmissível e deve ser punida. Os professores não merecem continuar a viver com tal insegurança, vendo mês após mês o gestor pagar os professores na data que bem entende. Enquanto isso, as contas que chegam as casas desses professores vão se acumulando, assim como os juros. As despensas ficando vazias e os remédios deixam de ser comprados. A postura cruel do gestor acarreta no acúmulo de dívidas, na perda da saúde e acaba a dignidade daqueles que se dedicam há anos na prestação de serviços levando conhecimentos para uma sociedade melhor. O gestor não está acima da Lei e deve ser penalizado por sua postura ilegal”, diz um trecho da nota.
Leia abaixo a íntegra da nota:
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