8 de out. de 2014

Riachão do Jacuípe tem 7 casos de chikungunya confirmados

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Depois de Feira de Santana, a cidade de Riachão do Jacuípe é a segunda com maior número de suspeitas de contaminação pelo vírus chikungunya, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). São 120 notificações e sete casos confirmados. Há notificações sendo avaliadas em outras sete cidades da Bahia.

Em Riachão, a maioria das pessoas com a suspeitas mora na Rua Carneiro Vitória, no bairro Alto do Cemitério. Entre elas, está Isabel, de 88 anos, que já está há um mês de cama. A filha dela, Agda Oliveira, também afirma estar com a doença. "Eu sinto coceira do corpo, o corpo todo empolado, muitas dores nas juntas e dores de cabeça", descreve a gerente de loja. Ela diz que em sua família sete pessoas estão com suspeitas.

Na casa ao lado, a aposentada Joana do Rosário afirma que somente duas das seis pessoas não foram picadas. Os moradores acreditam que o foco do mosquito fica em uma casa que está abandonada. No local, há vasilhas plásticas, que podem acumular água da chuva.

Segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica da cidade, Jane Paula, o fato de Riachão está na microrregião de Feira aumenta a possibilidade de a doença ser trazida da segunda maior cidade do estado. A distância é de menos de 80 quilômetros. “Tem muita gente de Riachão que estuda e trabalha em Feira. É possível. Vamos continuar as investigações com prontuários de saúde para saber a origem da contaminação”, disse Jane em entrevista.

Para controlar a chinkungunya, a secretaria de saúde local trabalha com bloqueios, fumacê e visitas locais de agentes de endemias – ao todo 35 profissionais estão à disposição do município. “A gente também está orientando as pessoas através na Rádio e em carros de som”, diz. Ainda segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica, as notificações de chikungunya em suspeita podem tanto aumentar o número de infectados pela febre como apontar outras doenças. “Como as pessoas já estão mais esclarecidas sobre a chikungunya, elas procuram a secretaria, mas às vezes é outra doença que a pessoa pode ter. Pode ser dengue, rubéola, por exemplo”, informa.

Feira de Santana - A cidade com o maior número de casos no Brasil é Feira de Santana. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o número de casos aumentou em cinco vezes na cidade, atingindo 156 casos da doença na terça-feira (8), além de outras 585 notificações da suspeita.

O bairro George Américo ainda concentra o maior número de ocorrências da doença: são 380 notificações (49,86%), seguido pelo bairro Campo Limpo com 113 (14,82%), Sítio Novo com 36 (4,72%), povoado Rio do Peixe (Distrito de Jaguara) com 31 (4,06%), Cidade Nova com 20 (2,62%), Sobradinho com 18 (2,36%) e Pampalona foram 10 (1,31%) notificações.

Entenda o vírus - A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.

Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O vírus chikungunya pode ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, e a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue, de acordo com o infectologista Pedro Tauil, do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). O risco aumenta em épocas de calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos. Eles picam principalmente durante o dia. A principal diferença de transmissão em relação à dengue é que o Aedes albopictus também pode ser encontrado em áreas rurais, não apenas em cidades.

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