25 de fev. de 2023

Nordestinos explorados por empresário natural de Valente voltam para casa

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Os trabalhadores baianos encontrados em condições semelhantes à escravidão em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, começaram a voltar para casa na madrugada deste sábado (25). Eles deixaram a cidade por volta de 1h e devem chegar na Bahia, onde moram, no início da madrugada de segunda-feira (27). 

Dos 207 resgatados, 198 são da Bahia. Quatro preferiram continuar no RS, enquanto outros voltaram para o estado natal. As idades dos 207 resgatados variam entre 18 e 57 anos. Os quatro ônibus que levaram os baianos para casa foram escoltados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) até a saída do RS.

Um acordo entre a empresa e os trabalhadores foi fechado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) ainda na noite de sexta. Cada um deles recebeu, por enquanto, R$ 500 para fazer a viagem. O valor total de indenização deve ser pago até a próxima terça-feira (28), por depósito bancário.


De acordo com o MPT, o empresário responsável deverá deverá apresentar a comprovação dos pagamentos sob pena de ajuizamento de ação civil pública por danos morais coletivos, além de multa correspondente a 30% do valor devido. Até o momento, estima-se que o cálculo total das verbas rescisórias ultrapasse R$ 1 milhão. O custo do transporte dos trabalhadores de volta à Bahia também ficou sob responsabilidade da empresa.

O responsável por essa empresa, Pedro Augusto de Oliveira Santana, de 45 anos, também é baiano, natural de Valente. Ele chegou a ser preso, mas vai responder pelo crime em liberdade porque pagou fiança no valor de R$ 40 mil.

Uma das informações divulgadas na manhã deste sábado (25) é que, além dos sprays de pimenta e das armas de choque, foram aprendidos cassetetes na pousada onde os trabalhadores eram alojados. O local foi interditado ainda na quarta-feira (22). No mercado onde eles compravam alimentos, foram apreendidas cadernetas e anotações com as dívidas dos trabalhadores para análise. 

Segundo trabalhadores, eles eram mantidos em alojamento contra a própria vontade

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