5 de jun. de 2010

Lamarão: falta de limpeza e higiene no açougue público coloca a saúde da população em risco

Espalhadas ou penduradas sobre o balcão, as carnes estão expostas a todo o risco de contaminação no açougue público da cidade de Lamarão a 24 km de Serrinha. Diante disso, a equipe de jornalismo da Rádio Continental resolveu vistoriar de perto o mercado para saber em que condições a carne é comercializada no município.

Constatamos que a venda de carne está comprometida pela total falta de higiene e que as pessoas podem ter graves problemas de saúde ao consumir os produtos manuseados naquele local extremamente insalubre. Todas as exigências da legislação sanitária são desrespeitadas, como por exemplo: paredes impermeabilizadas e laváveis de no mínimo 2 metros de altura para higienização constante ou com azulejos brancos, área de desossa separada da área de venda da carne, balcão de refrigeração com as carnes dispostas de forma organizada, uso de toucas higiênicas ou bonés tampando os cabelos dos profissionais, os ganchos em que ficam penduradas as carnes não podem ter ferrugem e o estabelecimento deve estar limpo.

Gerson dos Santos Ferreira, que mora na cidade há mais de 10 anos, disse que se não houver uma ação imediata do poder público municipal no sentido de reformar o mercado a população da sede e localidades da zona rural, continuará correndo sérios riscos de saúde. “A carne dos animais abatidos no matadouro é vendida normalmente no mercado público no dia da feira livre. É fundamental que as autoridades tomem uma iniciativa no sentido de resolver o problema”, disse.

Segundo o técnico do Departamento de Vigilância Sanitária do estado da Bahia, Marco Antônio Pinto, a carne em temperatura ambiente é suscetível à proliferação de todo tipo de bactérias. “Na carne mantida até 7ºC, conforme exige a portaria, as bactérias não se desenvolvem, evitando as doenças. Já em temperatura ambiente, espalham-se por todo o alimento. E se engana quem pensa que o calor as mata, pois algumas são resistentes, como as causadoras da leptospirose”, alerta.

Um vendedor que não quis se identificar lembrou que a Caixa d Água que abastece o açougue está sem a tampa há vários anos e os banheiros não tem condição de uso. “Isso é um absurdo. É preciso seriedade e respeito no tratamento com a saúde do povo”, completou, para adiantar que o prefeito Arivaldo dos Anjos Damião (Gordo), tem sido omisso e fechou os olhos para o problema.

A principal preocupação de alguns consumidores é com a manutenção. “As carnes não podem ficar expostas desse jeito e pôr em risco a saúde da população”, reclamou a dona de casa Josefa da Silva Ramos, avaliando o problema como resultado de um misto de inércia por parte dos trabalhadores e da falta de atenção do poder público, que deveria fiscalizar e oferecer as condições necessárias a eles.

Veja as imagens do descaso

Há muitos anos o prédio do açougue não passa por uma reforma Muita sujeira e abandono As mesas onde a carne fica exposta não são lavadasAs paredes não são impermeabilizadas ou laváveis e sem azulejos brancosCães passeiam pelo açougue disputando espaço com os vendedoresE você, tem coragem de fazer suas necessidades fisiológicas em um local como este?

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