21 de jul. de 2022

Jovem denuncia violência obstétrica durante o parto em hospital de Entre Rios

Redação Portal Cleriston Silva PCS

A técnica de saúde bucal Kaila Conceição denunciou ter sofrido violência obstétrica, quando deu à luz a sua primeira filha, Maryna Vitória, em fevereiro do ano passado, na cidade de Entre Rios, a cerca de 140 km de Salvador. Passados quase 1 ano e 5 meses, ela ainda não carregou e nem mesmo conseguiu amamentar a menina.

"Eu sempre quis ser mãe, mas não foi uma gravidez planejada. Mesmo assim fiz todo o acompanhamento certo, fui muito responsável e vem um profissional e quase acaba com a minha vida", disse a jovem, que tem 23 anos.

De acordo com Kaila Conceição, o caso aconteceu em 4 de fevereiro de 2021, no Hospital Municipal Edgar Santos, em Entre Rios. Ela mora no distrito de Subauma, no município, e foi para a unidade na esperança de ser regulada para uma maternidade.

Kaila Conceição contou que para que a filha Maryna Vitória nascesse, um dos médicos da unidade cortou, sem a autorização dela, o canal entre seu ânus e a vagina.

Além disso, segundo Kaila Conceição, o médico teria subido sobre feito a manobra de Kristeller, técnica que pressiona a parte superior do útero para acelerar a saída do bebê, não recomendada pelo Ministério da Saúde.


"Ele me examinou várias vezes, fez vários toques dolorosos, disse que eu estava com 2 cm de dilatação, mas que eu não ia demorar para eu parir. Horas depois, um enfermeiro disse que eu estava com 6 cm e foi quando começou o procedimento", disse a jovem.

O caso foi registrado na Delegacia Territorial (DT) de Entre Rios, ainda em fevereiro do ano passado. O inquérito foi concluído e remetido para o Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Em nota, o MP-BA informou que acompanha o caso. Conforme o órgão, o inquérito policial foi recebido, mas investigações complementares foram solicitadas à Polícia Civil. O Ministério Público informou ainda que aguarda o recebimento das informações para adoção das providências cabíveis.

A advogada da mãe de Maryna Vitória, Mônica Santana, afirmou que o profissional responsável pelo parto de Kaila Conceição é alvo de um processo ético disciplina do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb).

“O delegado indiciou o médico por lesões corporais e o Ministério Público deve enquadrar também como violência obstétrica, que foi o que aconteceu. Nós estamos aguardando o MP oferecer a denúncia para o Judiciário”, explicou Mônica Santana.

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