21 de jul. de 2022

Prefeitura de Araci exonera quatro servidores após áudios homofóbicos contra colegas de trabalho

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Um caso de homofobia gerou revolta em parte da população do município de Araci, na região sisaleira. Áudios com expressões homofóbicas que circulam em grupos do aplicativo WhatsApp teriam sido gravados por colaboradores que atuam na Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, bem como na Administração Municipal.

Em um dos áudios, uma servidora diz que o local de trabalho só teria homossexuais, e os chama de modo jocoso de "veados". Já em outra gravação, a mesma servidora, de acordo com a denúncia, afirma que é preciso ter um homem no setor para "animar", já que em todo lugar que você olha só tem "veado". "Zé tem que ter um homem aí pra animar porque pra todo lugar que você olha só tem veado. Ó peste", diz uma mulher.

Como se não bastasse, uma das gravações ainda envolve o nome da prefeita, Maria Betivania Lima da Silva, conhecida como Keinha (PDT). "Quando você tiver com Keinha (prefeita), fale: Keinha, as meninas da secretaria estão pedindo para você mandar homem para trabalhar lá. Chega de tanto veado´".

O servidor que recebeu os pedidos teria afirmado que "tem uma pessoa boa para trabalhar, pois carrega, descarrega, faz tudo, mas é veado. Estava para falar com Keinha, e dizer a ela 'como lá já tá cheio, um veado a mais um a menos não vai fazer muita diferença". Em outro áudio a mulher questiona como descobrir se uma pessoa seria ou não homossexual. "Zé, me diga se existe. Como vamos fazer para descobrir se (inaudível) é veado ou não é", diz. A mesma voz diz que em todas as salas da secretária teriam homossexuais.


Após a repercussão negativa e o clamor popular, a prefeitura de Araci exonerou os servidores envolvidos no caso. De acordo com a gestão, todos os servidores envolvidos "deixaram as funções" e foram "exonerados". A prefeitura informou ainda que os fatos estão sendo "averiguados".

"Informamos a todos que os servidores envolvidos com a denúncia de falas e ações que descumprem os preceitos éticos da administração pública foram exonerados de suas respectivas funções, e que os fatos estão sendo averiguados", disse o comunicado oficial.

Foram retirados dos cargos o diretor administrativo, assessora de educação, a diretora geral, e a assessora de gabinete da Estrutura Administrativa da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte. A prefeitura diz ainda que investiga a prática de invasão de privacidade, clonagem de dispositivo móvel e outras possíveis contravenções em relação à exposição dos servidores e da própria instituição em ambiente de trabalho.

A situação foi exposta por um influenciador digital da cidade, Adelmo Leal. [...] Vou deixar registrado no meu perfil, se a gente nos calar, é pior. Hablo mesmo. Homofobia é crime, e eu quero que isso chegue ao máximo de pessoas. Espero que tomem uma providência cabível sobre essa situação. Nós, LGBTQIA+, merecemos respeito". Boa parte da população ficou revoltada e exigiu a saída dos envolvidos, o que aconteceu nesta quinta-feira, 21.

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