Redação Portal Cleriston Silva PCS
“O pai dele nunca deu nada. Não mora nem aqui, mora em São Paulo. Lá ele conseguiu uma vida melhor e mesmo assim não quis me ajudar a dar condições para criar bem o filho que é meu e dele”, afirma Marleide Santana, que finalmente viu a justiça mais próxima dela.
Biritinga foi a primeira escala no atendimento itinerante da UMA. Nesta quarta-feira 12, faremos atendimentos no lixão de Flores, em Serrinha. No dia seguinte, Valente terá a presença da Defensoria para garantir os serviços jurídicos gratuitos à população. Com público majoritariamente de mulheres negras e da zona rural, a presença em Biritinga foi intensa. Dos 129 atendimentos realizados, a área de família ganhou destaque, totalizando 46 casos de pensão e 17 exames de DNA.
Para reconhecer sua sobrinha Taíse dos Santos, Terezinha Alves dos Santos também veio à Unidade Móvel, mesmo com dificuldade de locomoção. A aposentada disse que o importante é garantir a igualdade dela em relação aos demais irmãos e irmãs. “Não é porque ela é especial que ela não tem os mesmo direitos que os irmãos e irmãs dela”, diz Terezinha. Lucineide dos Santos, a mãe de Taíse, só quer que a filha tenha um tratamento igual e que a condição especial dela não seja motivo de preconceito da família. “Eu só quero que minha filha tenha os seus direitos respeitados!”, completa a mãe.
Com a mesma motivação, Adriana de Andrade Santos, assistente administrativa, também veio formalizar o pedido de pensão do seu filho. “Desde quando nasceu, o meu menino nunca recebeu nada do genitor. Mesmo ele tendo reconhecido a criança, ele nunca deu assistência”, relata Adriana.
Silvana da Conceição trouxe os filhos Rian e Riana Conceição para realizar o exame de DNA. Segundo ela, o pai sempre fugiu do reconhecimento da paternidade das crianças. “Eu vim porque sei que é importante para a vida deles. Na escola, eu já estava me sentindo envergonhada porque eles estavam precisando de documentos no colégio e lá só constava o meu nome. Aí, quando eu vi que teria exame de graça de DNA, eu conversei com ele e, finalmente, ele topou fazer o exame”, fala a dona de casa.
Para formalizar os cuidados com o irmão, Eliene dos Santos chegou à UMA. Como ele é uma pessoa acamada e com dificuldades de locomoção, a cuidadora de idosos buscou a Defensoria para conseguir ajuizar a ação de curatela para conseguir resolver questões de saúde do irmão. “Eu só quero cuidar bem do meu irmão e tornar a vida dele menos dolorida”, conta Eliene.
Também foram atendidos, das 8h30 às 16h, casos de divórcio, execução de alimentos, regulação de visitas, partilha de bens, curatela e retificação de registro. A defensora pública e coordenadora do Núcleo de Atuação Estratégica, Cristina Ulm, ressalta a importância de percorrer a Bahia promovendo acesso à justiça. “Ver o atendimento cheio mostra o quanto é necessário garantir o acesso à Justiça de todas as pessoas. E é pra isso que a Defensora existe, pra estar perto do povo baiano, inclusive nos distritos distantes da comarca”, comenta a defensora.
Durante os atendimentos, recebemos a visita da oficial e tabeliã do cartório extrajudicial de Biritinga, Laura Pedreira Drummond Gordilho, além do apoio da Guarda Municipal de Biritinga, com a presença do coordenador de guarnição João Dias e os guardas Maik Lustosa e Fábio Oliveira.
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