28 de fev. de 2023

Vereador gaúcho ofende baianos que foram vítimas de trabalho escravo

Redação Portal Cleriston Silva PCS

O vereador Sandro Fantinel (Patriota), ao abordar na sessão desta terça-feira (28) da Câmara de Caxias do Sul (RS) o caso dos trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão, em Bento Gonçalves (RS), fez referência à contratação de trabalhadores baianos para trabalhar na vindima. "Com os baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema".

Ele sugeriu a agricultores, produtores e empresas agrícolas da região dar a preferência a "trabalhadores argentinos", que seriam "limpos, trabalhadores, corretos". A fala foi dita na sessão ordinária, no plenário da Câmara. Após a manifestação, a situação causou revolta e críticas por parte de outros parlamentares, além de um boletim de ocorrência registrado pelo deputado estadual Leonel Radde (PT).

Fantinel criticou a falta de mão de obra para o trabalho do campo, que se agrava no período de safra. Ele, então, abordou o caso de Bento Gonçalves, que chamou de "exagerado e midiático", e prestou sua solidariedade aos empresários e produtores rurais pelas "dificuldades de se empreender no setor". E citou, então, o relato de um ex-colaborador da empresa terceirizada, que fazia a contratação dos trabalhadores resgatados, em que afirmaria que os funcionários estariam "cansados, estressados e alguns de ressaca por uma noite de bebedeira". Na sequência, Fantinel citou um alojamento que visitou recentemente e criticou a situação encontrada.

"Sou contra qualquer tipo de maus-tratos a funcionários de qualquer área. Conheço vários produtores da Serra, conheço os alojamentos onde os funcionários ficam. São simples, humildes, mas são temporários. O importante é que sejam limpos. Por causa desse caso, visitei um alojamento aqui próximo de Caxias que o produtor me chamou para ir ver. Ele havia contratado os funcionários por 30 dias e cedeu o alojamento. Os caras trabalharam uma semana e meia e pediram as contas. Não dava para entrar no alojamento, com o fedor de urina e podre, e com a imundícia que eles deixaram em uma semana e meia. E a culpa é de quem? Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer a limpeza todo dia pros "bonito" também? Temos que botar eles em hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?", questionou o vereador.

Na sequência, o parlamentar caxiense pediu, como um conselho, para que os agricultores, produtores e empresas agrícolas "não contratem mais aquela gente lá de cima", e sugeriu que as empresas buscassem mão de obra argentina para trabalhar nas produções. Para Fantinel, a única cultura do povo baiano é "viver na praia tocando tambor", e por isso "era normal que se fosse ter esse tipo de problema", se referindo à situação análoga à escravidão.

"Todos os agricultores que tem argentinos trabalhando hoje só batem palma. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam. Em nenhum lugar do Estado, na agricultura, teve um problema com argentinos. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. Deixem de lado aquele povo que é acostumado com Carnaval e festa para vocês não se incomodarem novamente, que isso sirva de lição. E vou mais longe, o problema foi tão grave, foi uma escravidão tão grave, que além dos caras voltarem bêbados para o trabalho, teve vários desse mesmo grupo que não quiseram ir embora, e quiseram permanecer na empresa e continuar trabalhando. Se estava tão ruim a escravidão, como que alguns do próprio grupo não quiseram ir embora?", declarou Fantinel.

Integrantes do MST ocupam fazenda em Jacobina

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma fazenda na zona rural de Jacobina, no norte da Bahia. A ocupação começou na segunda-feira (27), com a justificativa de que os 1.700 hectares da propriedade estariam abandonados. A Fazenda Limoeiro, que desmentiu que a propriedade está abandonada.

O proprietário informou que o local está produtivo e que cerca de 14 famílias que fazem parte do movimento estão no local. O número divulgado pelo MST é de 150 famílias. A fazenda ainda contou que tomará as medidas cabíveis para que as pessoas saiam do local.

Petrobras reduz preço da gasolina e diesel para distribuidoras

Redação Portal Cleriston Silva PCS

A Petrobras anunciou que vai reduzir o preço médio de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras a partir desta quarta-feira (1º/3). No caso da gasolina A, o valor passa de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro, numa queda de R$ 0,13 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 2,32 a cada litro vendido na bomba.

Para o diesel A, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro, uma redução de R$ 0,08 por litro.

Nesse caso, a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do produto vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 3,62 a cada litro vendido na bomba.

Essas reduções, observou a estatal, têm como objetivo a “busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual”.

A companhia informou ainda que, na formação de preços de derivados de petróleo e gás natural no mercado interno, busca “evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.

Na avaliação da consultoria Ativa Investimentos, ainda que a Petrobras tenha anunciado o corte a partir de amanhã, o efeito da queda só deve ser sentido pelo consumidor a partir de 14 de março.

Dona de bar é morta a facadas por cliente que tinha dívida de cerveja em Jeremoabo

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Uma mulher foi morta a facadas, no sábado (25), após cobrar o pagamento de uma dívida de cervejas a um cliente na cidade de Jeremoabo, região norte da Bahia, a 220 km de Serrinha. O caso aconteceu no sábado (25), no povoado de Sirica, e na segunda-feira (27) o acusado, Antônio Marcos de Santana, de 40 anos, foi preso.

A vítima, que era dona do bar, foi identificada como Maria Neuza do Nascimento, de 55 anos. Imagens de um celular, divulgadas na internet, mostram o momento exato da cobrança dos valores. “Eu lhe dei duas cervejas, você me deu 5 [reais] e depois me deu 20 [reais]. Eu vou descontar do que você está me devendo, e você ainda vai ficar me devendo”, explicou a mulher no vídeo.

Em seguida, outro cliente no bar pediu que ela continuasse vendendo ‘fiado’, sem que houvesse pagamento. Maria Neuza reclama e disse que “fiado só amanhã”.

Alterado por conta da resposta, o investigado do crime pediu que a mulher entregasse a ele R$ 17, que seria de um suposto troco da cerveja – apesar de ainda devê-la. Maria Neuza o repreendeu e ele falou que ela iria dar o dinheiro a ele “sorrindo, ou chorando”.

Antônio Marcos será indiciado por homicídio, agravado por causa do motivo fútil

A dona do bar desafia o homem e ele a esfaqueia na barriga. No bar, as pessoas se levantaram assustadas e chegaram a derrubar o celular que gravava a situação.

Após o crime, o homem ainda volta a beber no local, enquanto outros clientes tentaram prestar socorro a Maria Neuza. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e levou a mulher para o Hospital Municipal de Paulo Afonso, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo (26).

A Polícia Civil não deu detalhes sobre o caso. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito será indiciado por homicídio qualificado, por motivo fútil.

O caso aconteceu no sábado (25), no povoado de Sirica

Bahia tem três cidades entre as mais violentas do mundo

Redação Portal Cleriston Silva PCS

A Bahia é o único estado brasileiros com três municípios na lista das 50 cidades mais violentas do mundo. Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista aparecem no ranking da ONG Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal do México, especializada em estudos da violência, divulgado este mês. Rio Grande do Norte, com duas cidades, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoa e Piauí, cada um com um município, também aparecem listados.

As três cidades baianas elencadas na pesquisa desse ano, referente ao ano de 2022, também apareceram na edição do ano passado, que considera dados da violência de 2021. O levantamento é realizado há 15 anos.

Segundo o estudo da ONG mexicana, nove das dez cidades mais violentas em 2022 ficam no México. No Brasil, o primeiro município a aparecer no ranking é Mossoró, no Rio Grande Norte, que ocupa a 11ª posição. Em seguida aparece Salvador, no 19º lugar. Todas as cidades apontadas são do Nordeste ou do Norte do país, no caso de Manaus (AM), na 21ª posição.

Em Salvador, no último domingo (26), moradores de Ondina ficaram assustados com um tiroteio intenso na Avenida Oceânica. Um homem apontando como líder do tráfico nos bairros da Gamboa, Garcia e Narandiba foi morto em uma operação policial. No mesmo dia, uma criança de 2 anos foi baleada durante outra operação no bairro de Fazenda Grande do Retiro. Houve troca de tiros entre PMs e bandidos. Já em Pernambués, os tiroteios frequentes obrigaram escolas a suspenderem as aulas na semana passada.

Já quem mora no interior do estado afirma que a violência não é menor. Uma professora que vive em Feira de Santana, cidade apontada como a 22ª mais violenta em 2022, contou que já teve dois celulares roubados em um período de um ano. Ela teve medo de se identificar para a reportagem. “A primeira situação foi no final de 2021. Estava no ônibus quando eles [bandidos] chegaram e anunciaram o assalto. A outra foi quase na porta de casa, no ano passado. Dois homens em uma moto levaram o meu aparelho e de duas vizinhas que tinham saído para colocar o lixo para fora. Nos dois casos, eu ainda estava pagando o celular”, contou.

Em janeiro, o CORREIO mostrou a escalada da violência na Princesa do Sertão. Em cerca de 15 dias, 26 mortes violentas foram registradas no município. O número representa 76% das mortes em todo o mês de dezembro do ano passado, quando 34 aconteceram. Os dados são da Polícia Civil baiana.

Centros urbanos mais distantes da capital também estão sentindo a insegurança. Vitória da Conquista, no Sudeste da Bahia, ocupou a 26ª posição entre as 50 cidades mais violentas de 2022. Por lá, a população ainda comenta sobre o assassinato do enfermeiro André Chagas Leite, 26 anos, no mês passado. Ele foi morto a tiros durante um assalto. Dois suspeitos foram presos cerca de 10 dias depois.

A pesquisa da ONG mexicana analisou cidades com mais de 300 mil habitantes, usou dados oficiais e estimados de homicídios e populacionais para traçar uma taxa média de mortes, e descartou municípios que vivem conflitos de guerra. “O objetivo é chamar a atenção para a violência nas cidades, particularmente na América Latina”, diz o estudo.

Autoridades - A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que desconhece a metodologia usada pela ONG, contestou a pesquisa e apresentou dados de redução da violência nas três cidades citadas. Confira o posicionamento na íntegra:

A Secretaria da Segurança Pública desconhece a metodologia usada pela ONG e contesta a pesquisa que estipula um ranking, sem coletar os dados dos municípios de todos os continentes. Com relação às quatro cidades baianas citadas, Salvador apresentou redução de 12%, Feira de Santana teve diminuição de 13,1% e, em Vitória da Conquista, as mortes violentas recuaram 49,5%. A SSP ressalta ainda que as reduções refletem o empenho das polícias Militar, Civil e Técnica, além do investimento de R$ 1 bilhão, nos últimos quatro anos, em tecnologia e renovação dos efetivos.

A prefeitura de Salvador informou que tem realizado investimentos para auxiliar no reforço da segurança pública, “cujo dever constitucional não é da gestão municipal”. O texto destaca a modernização da iluminação pública, 100% em LED, e a valorização dos 1,3 mil guardas municipais que atuam na prevenção da violência.

“A Prefeitura ressalta que mantém parceria com as polícias em algumas ações, a exemplo dos grandes eventos, como Carnaval e Réveillon, e operações (como a Sílere, de combate à poluição sonora). A Prefeitura reforça que seguirá trabalhando para auxiliar o trabalho da segurança pública e promover a proteção das pessoas”, conclui a nota.

O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins (MDB), acredita que a geografia da cidade favorece a ação de traficantes, afirmou que facções do Rio de Janeiro estão atuando também em Feira e cobrou ações mais efetivas.

“Entendo que o governo do estado precisa fazer uma ação mais específica e diferenciada em Feira de Santana, porque ao contrário de Salvador, que é um destino final, Feira é um local de passagem. O tráfico passa pela cidade, e esse aumento da violência nos preocupa. Esse ano já registramos 67 homicídios, em dois meses”, explicou.

Uma das preocupações do gestor é com a Micareta, carnaval fora de época marcado para acontecer entre 20 e 23 de abril. “Temos mais de 300 câmeras, um centro de operação onde atuamos de forma integrada com as polícias Civil, Militar, Rodoviária Federal e com outras instâncias. Construímos unidades para as polícias e temos a Guarda Municipal, fazemos tudo o que é possível dentro dos limites do Município”, afirmou. A prefeitura de Vitória da Conquista foi procurada, mas não se manifestou.

Nova política - Para a antropóloga e pesquisadora na Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Belle Damasceno, o estudo internacional apenas traduziu em dados o que a população sente no dia a dia, e frisou que essa não é uma questão somente de polícia.

“Temos um modelo de segurança pública que é pensado apartado de políticas públicas de direito humanos indispensáveis a não violência, como cultura, educação, saúde e segurança alimentar. A conjuntura econômica também é fundamental para esse cenário. São questões que não podem ser dissociadas, porque estão relacionadas”, explicou.

A pesquisadora afirmou que existe também questões raciais atreladas a esse debate. “Uma pesquisa mostrou que a quantidade de entorpecentes apreendidos na Pituba era maior que no Nordeste de Amaralina, mas foi no Nordeste onde houve a maior quantidade de conflitos, porque existe um processo de estigma que naturaliza a violência nesses espaços, por isso, dizemos que não são bairros violentos, são bairros violentados”, disse.

Ela explicou que é preciso uma política de segurança que preserve a vida. “Com o objetivo de impedir a circulação de entorpecentes, matam-se pessoas. E isso é visto como natural. Uma operação que termina em chacina não é uma operação de sucesso”, afirmou.

O historiador Dudu Ribeiro integra a Rede de Observatórios da Segurança e explicou que o ranking não surpreende os pesquisadores, porque corrobora com estudos feitos nessa área. Ele citou a reorganização e migração de organizações criminosas e os confrontos policiais como determinantes para o aumento da violência, e também acredita que esse não é um problema apenas de polícia.

“Existe uma lógica de produção de segurança a partir da atuação da polícia de forma violenta e da ocupação de territórios negros. É preciso pensar a segurança pública para além da atuação das polícias, como parte do direito fundamental de cada cidadão e cidadã, e ampliar o acesso a direitos aliado a uma reforma do modelo de segurança pública”, afirmou.

Confira a posição das cidades brasileiras no ranking:

11ª Mossoró (RN)
19ª Salvador (BA)
21ª Manaus (AM)
22ª Feira de Santana (BA)
26ª Vitória da Conquista (BA)
28ª Natal (RN)
31ª Fortaleza (CE)
35ª Recife (PE)
36ª Maceió (AL)
40ª Teresina (PI)

27 de fev. de 2023

Quinteto é preso por tráfico de drogas em ação policial em Senhor do Bonfim

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Um operação das polícias Militar e Civil durante a ‘Operação Força Norte’, deflagrada no domingo (26), na cidade de Senhor do Bonfim, região Norte do estado, prendeu dois suspeitos envolvidos com tráfico de drogas. Um deles está em liberdade condicional.

Equipes da Companhia de Emprego Tático Operacional (Ceto), do 6º BPM, faziam rondas no bairro da Olaria quando suspeitaram da atitude de dois homens. Eles descartaram uma sacola, enquanto andavam de moto. "Encontramos 100 trouxinhas de maconha com a dupla”, disse o comandante da unidade, tenente-coronel Jamerson Encarnação de Queiroz.

Algumas horas depois, na localidade de Brisas do Monte, porções de cocaína foram abandonadas por três homens. Eles correram com a aproximação da polícia. Todo o material e os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia Territorial (DT). Os criminosos foram autuados por tráfico de drogas.

A ação tem por objetivo prevenir mortes violentas e auxiliar na captura de alvos prioritários procurados pela 19ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) e pelo 6º Batalhão da Polícia Militar (BPM).

Governo confirma volta de impostos sobre combustíveis

Redação Portal Cleriston Silva PCS

A assessoria do Ministério da Fazenda informou nesta segunda-feira, 27, que está confirmada a reoneração completa do PIS/Cofins sobre gasolina e etanol, como antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A modelagem da cobrança, com porcentual definido sobre cada item ainda não foi informada, mas a pasta garantiu que não haverá perda de arrecadação e os R$ 28,9 bilhões de aumento de receitas estão garantidos.

De acordo com a assessoria, o modelo em discussão prevê uma oneração maior do combustível fóssil, como a gasolina, do que do biocombustível, como etanol, que é ambientalmente mais sustentável.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve falar com a imprensa sobre o assunto após a reunião do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Galípolo foi para o Rio de Janeiro para discutir justamente a reestruturação tributária e os porcentuais de cobrança sobre gasolina e álcool. A decisão de reonerar os impostos representa uma vitória a Haddad, que vinha enfrentando um processo de "fritura" pela ala política do governo.

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendiam a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre gasolina e etanol para evitar um repique na inflação e uma eventual perda de popularidade do chefe do Executivo.

A medida provisória editada no dia 2 de janeiro, que estabeleceu a prorrogação da desoneração aprovada ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vence na terça-feira, 28.

Na sexta-feira, 24, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu no Twitter que "não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha".

Professor de futebol suspeito de estupro contra adolescentes é procurado pela polícia de Muritiba

Redação Portal Cleriston Silva PCS

O professor de futebol suspeito de abusar sexualmente de dois adolescentes em Muritiba, no Recôncavo Baiano, continua sendo procurado pela polícia. A delegacia da cidade informou nesta segunda-feira (27) que solicitou o mandado de prisão preventiva contra o homem ao judiciário.

Ainda segundo a polícia, o homem é investigado por estupro de vulnerável e importunação sexual. Um mandado de busca e apreensão já foi cumprido na casa dele, em Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador. Apesar disso, ele ainda não foi encontrado.

Ainda segundo a polícia, o homem é investigado por estupro de vulnerável e importunação sexual. Um mandado de busca e apreensão já foi cumprido na casa dele, em Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador. Apesar disso, ele ainda não foi encontrado.

 Adolescente pediu ajuda para o pai após assédio de professor de futebol

No dia 26 do mesmo mês, um dos adolescentes entrou em contato com o pai e pediu para que ele fosse buscá-lo, porque o professor seria pedófilo. Momentos depois, ele afirmou que foi estuprado pelo homem e fugiu do alojamento. A defesa do professor disse que as relações sexuais foram consensuais com os dois adolescentes.

Ainda de acordo com a defesa do suspeito, depois de ter feito sexo com os adolescentes, os meninos solicitaram ao professor que os encaminhassem para o time de base. No entanto, ele informou aos adolescentes que eles não estavam no nível necessário.

Com isso, conforme a defesa do professor, os adolescentes teriam se revoltado e contado aos pais que houve um estupro.

Mais de 40 serrinhenses estão entre trabalhadores resgatados de regime análogo à escravidão no Sul do País

Redação Portal Cleriston Silva PCS

A reportagem do Portal Cleriston Silva - PCS apurou que 46 moradores de Serrinha estão entre os cerca de 200 trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão na cidade de Bento Gonçalves, na Região Serrana do Rio Grande do Sul. O grupo chega à Bahia nesta segunda-feira (27) e será recepcionado com ações da secretaria de Desenvolvimento Social do município.

De acordo com apuração do PCS, a previsão é que estejam disponíveis psicólogos e assistentes sociais para atender aos trabalhadores. A secretaria disponibilizará ainda equipe para auxiliar com cadastros no Cad Único e Bolsa Família. Eles ainda terão assistência para realização de exames e acesso à justiça. A articulação do município envolve envolve também a Secretaria da Saúde, Defensoria Pública do Estado e Ministério Público da Bahia.

Entenda o caso - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou, na noite quarta-feira (22), trabalhadores em situação semelhantes à escravidão em Bento Gonçalves, na Serra do RS. De acordo com a PRF, eles "foram flagrados em condições degradantes".

Após o resgate, os trabalhadores  contaram aos policiais que foram contratados para trabalhar em vinícolas, colhendo uvas em Caxias do Sul. Foi garantido ao grupo salário de R$ 3 mil, acomodação e alimentação. Na chegada, contudo, encontraram condições desumanas.

"A gente saia 4h e ia para as fazendas trabalhar catando uva. Voltava 22h, 23h. O carro largava a gente lá, para ficar esperando [ele voltar], e tratavam a gente como se fôssemos bicho. Pegavam a quentinhas com a comida azeda e davam para a gente comer. Diziam: ‘vocês têm que comer isso mesmo, porque baiano bom é baiano morto’. A gente é pai de família, trabalha", contou uma das vítimas, sob forte indignação.

Outro trabalhador contou ao agentes rodoviários  federais que direitos básicos eram ignorados. “Não respeitavam quando a gente ficava doente e tratavam a gente que nem cachorro. Viemos para trabalhar e nos matar, porque a gente saia cedo e voltava bem tarde”, desabafou.  

Como o caso veio à tona? - A situação foi denunciada após seis homens conseguirem fugir do local onde viviam e buscar contato com a Polícia Rodoviária Federal, que prestou auxílio aos trabalhadores e deu início à operação.

Um dos denunciantes já havia gravado vídeo com um celular e publicado em uma rede social reclamando das condições de trabalho. Ele relata que foi agredido pelos supostos empregadores por isso.

Tomei cadeirada, spray de pimenta, estou com os dentes moles. Eu escutei eles falando que um carro estava vindo para levar para me matarem. O tempo dos escravos eu não vivi, acho que nem minha bisavó viveu. Hoje vai existir escravo de novo? Não vai. O que depender de mim, não vai, eu vou abrir minha boca, eu vou falar que tá errado", afirmou o trabalhador na gravação.

O homem contou à polícia que aproveitou quando os agressores foram atender uma ligação e pulou de uma janela, correndo até um mato próximo do local onde estava. Ele e mais dois trabalhadores, que estavam com ele, aguardaram até as 3h da quarta-feira (22) para sair e pedir ajuda. 


Como foram as operações de resgate? -
Policiais e funcionários do MTE saíram de Caxias do Sul por volta das 19h15min e chegaram a Bento Gonçalves pouco depois das 20h de quarta-feira. Os agentes foram até uma pousada, no bairro Borgo, onde os trabalhadores estariam hospedados. No local, foram encontrados cerca de 180 trabalhadores. Os policiais colheram seus relatos, que reforçaram as denúncias apresentadas pelo primeiro grupo.

Na quinta-feira, segundo dia de operação, mais 24 trabalhadores foram encontrados em parreirais no município. Segundo o MTE, eles não dormiram na pousada e, por isso, não foram encontrados na noite de quarta, quando a ação de resgate foi desencadeada. De acordo com o gerente regional do MTE de Caxias do Sul, Vanius Corte, o número de resgatados ainda pode aumentar nos próximos dias.

De onde vieram os trabalhadores? - Os resgatados relataram aos policiais que foram cooptados por aliciadores de mão de obra, conhecidos como gatos, na Bahia. Posteriormente, foram levados para a Serra para atuar em uma empresa que presta serviços para produtores rurais, vinícolas e aviários da região.

A oferta de trabalho prometia, segundo os aliciados, salário de R$ 3 mil, alimentação e alojamento incluídos, o que não se concretizou quando chegaram ao Rio Grande do Sul. O grupo chegou a Bento Gonçalves de Salvador no dia 2 de fevereiro, após quatro dias e meio de viagem. 

Em que condições eles viviam? - Ainda na estrada, contaram os trabalhadores, começaram a notar que a realidade não seria como prometida. O gasto com comida nas paradas já estava sendo descontado do salário, e a promessa de banho quente e descanso ao chegar também não foi concretizada.

A pousada onde os trabalhadores estavam tem quatro andares de alojamento, com quantidade de camas que varia conforme o tamanho do quarto. A reportagem esteve no local e observou colchões e chão sujos, além de forte mau cheiro. Conforme relato dos trabalhadores, os lençóis não eram trocados. O local foi interditado na quarta-feira.

Como era o trabalho? - Os trabalhadores relataram que eram obrigados a trabalhar diariamente das 5h às 20h, sem pausas, e com folgas apenas nos sábados — embora fossem forçados a assinar no ponto que folgavam também aos domingos.

Todos estavam com vínculo empregatício com a prestadora de serviço Fênix Serviços de Apoio Administrativo de Bento Gonçalves, segundo o MTE. A empresa atua na colheita da uva e transportando aves em aviários e prestava serviços a grandes vinícolas da região, como Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi.

Os resgatados ainda narraram que representantes da empresa que os aliciou ofereciam a eles comida estragada, que só podiam comprar produtos em um mercadinho perto do alojamento, com preços superfaturados, e que o valor gasto era descontado do salário, o que fazia com que os trabalhadores acabassem o mês devendo, pois o consumo superava o valor da remuneração. Afirmaram ainda que eram impedidos de sair do local e que, se quisessem sair, teriam que pagar a suposta "dívida". Que, além disso, os empregadores ameaçavam seus familiares.

Quem aliciou os trabalhadores? - O administrador da empresa  Fênix Serviços de Apoio Administrativo de Bento Gonçalves, Pedro Augusto Oliveira de Santana, 45 anos, chegou a ser preso durante a operação. Posteriormente, foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 39.060. Ele é natural de Valente, também na Bahia, e é investigado como sendo o responsável por aliciar a mão de obra na Bahia e trazer os trabalhadores para a Serra gaúcha.

Conforme o MTE, o homem é conhecido em Bento Gonçalves por ofertar mão de obra, tendo ainda outros contratos em vigor que, até o momento, não teriam indicativo de irregularidades. Ele trabalharia há cerca de 10 anos prestando esses serviços na região.

Vanius Corte, gerente regional do MTE em Caxias do Sul, informou que, para isso, o prestador de serviço investigado criou a empresa Oliveira & Santana, em 2012, a qual foi mantida em funcionamento até 2019. Em fevereiro daquele ano, a empresa chegou a ter 206 funcionários registrados, conforme o MTE. Corte disse ainda que, entre 2015 e 2019, a empresa foi autuada 10 vezes por irregularidades em contratos trabalhistas e que alojamentos também já tinham sido interditados neste período, contudo, não havia registro de trabalho análogo a escravo.

Já a empresa Fênix Serviços de Apoio Administrativo foi criada em janeiro de 2019. Ela está em nome de uma mulher e Santana atua como administrador. A nova empresa ainda não havia sido fiscalizada pelo Ministério até esta operação deflagrada na última quarta-feira. Por meio de nota, o advogado da empresa, Rafael Dorneles da Silva, disse que Santana tem atuação reconhecida no município e os devidos esclarecimentos serão prestados em juízo.

PRF prende homem por falsidade ideológica em Senhor do Bonfim

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Na tarde da última sexta-feira, 24 de fevereiro, na BR 407, em Senhor do Bonfim, a Polícia Rodoviária Federal prendeu um homem por falsidade ideológica.

Durante ação de fiscalização e combate ao crime, a equipe da PRF abordou um Chevrolet/Celta, conduzido por um homem de 55 anos.

Durante a abordagem, o motorista apresentou um documento de identidade com indícios de adulteração. Os PRFs consultaram nos sistemas informatizados, descobrindo que o nome que constava no documento apresentado era de outra pessoa.

O homem, residente na cidade de Cansanção foi preso por falsidade ideológica e encaminhado à Polícia Federal em Juazeiro.

26 de fev. de 2023

Raio mata dois cavalos na zona rural de Serrinha

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Um raio matou dois cavalos neste domingo (26) no povoado Cajueiro de Ernesto, zona rural de Serrinha. Os animais estavam pastando em uma propriedade localizada às margens da BA-411 quando foram atingidos e morreram no local.

Segundo Valmar Pereira, motorista de caminhão, ele e dois colegas de trabalho estavam passando pelo local, quando viram o fenômeno natural. "Primeiro foi um clarão, depois uma explosão, como se fosse um trovão", contou.

Ainda de acordo com Valmar, logo em seguida, um morador do povoado disse que o raio havia atingido os bichos.

Três pessoas da mesma família fogem de delegacia em Mairi

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Três pessoas da mesma família que estavam presos na Delegacia Territorial (DT) de Mairi, no norte da Bahia, fugiram no sábado (25). Informações foram confirmadas pela Polícia Militar. Segundo o órgão, os detalhes da fuga ainda estão sendo investigados e até o momento nenhum deles foi encontrado.

O trio eram pai, filho e filha e estavam presos. O pai, Vangivaldo Torquato dos Santos, de 45 anos, estava preso por duas tentativas de homicídio, enquanto que o filho, Maykon Brito dos Santos, de 25, respondia por tráfico de drogas, associação ao tráfico e roubo. 

A filha, Jaqueline da Silva Gonçalves, de 22, estava presa por tráfico de drogas, além de receptação e favorecimento a prostituição.


25 de fev. de 2023

Nordestinos explorados por empresário natural de Valente voltam para casa

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Os trabalhadores baianos encontrados em condições semelhantes à escravidão em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, começaram a voltar para casa na madrugada deste sábado (25). Eles deixaram a cidade por volta de 1h e devem chegar na Bahia, onde moram, no início da madrugada de segunda-feira (27). 

Dos 207 resgatados, 198 são da Bahia. Quatro preferiram continuar no RS, enquanto outros voltaram para o estado natal. As idades dos 207 resgatados variam entre 18 e 57 anos. Os quatro ônibus que levaram os baianos para casa foram escoltados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) até a saída do RS.

Um acordo entre a empresa e os trabalhadores foi fechado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) ainda na noite de sexta. Cada um deles recebeu, por enquanto, R$ 500 para fazer a viagem. O valor total de indenização deve ser pago até a próxima terça-feira (28), por depósito bancário.


De acordo com o MPT, o empresário responsável deverá deverá apresentar a comprovação dos pagamentos sob pena de ajuizamento de ação civil pública por danos morais coletivos, além de multa correspondente a 30% do valor devido. Até o momento, estima-se que o cálculo total das verbas rescisórias ultrapasse R$ 1 milhão. O custo do transporte dos trabalhadores de volta à Bahia também ficou sob responsabilidade da empresa.

O responsável por essa empresa, Pedro Augusto de Oliveira Santana, de 45 anos, também é baiano, natural de Valente. Ele chegou a ser preso, mas vai responder pelo crime em liberdade porque pagou fiança no valor de R$ 40 mil.

Uma das informações divulgadas na manhã deste sábado (25) é que, além dos sprays de pimenta e das armas de choque, foram aprendidos cassetetes na pousada onde os trabalhadores eram alojados. O local foi interditado ainda na quarta-feira (22). No mercado onde eles compravam alimentos, foram apreendidas cadernetas e anotações com as dívidas dos trabalhadores para análise. 

Segundo trabalhadores, eles eram mantidos em alojamento contra a própria vontade

Três suspeitos de roubos a bancos e carros-fortes são mortos pela PM em Uauá

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Uma quadrilha de roubo a bancos e carros-fortes foi desarticulada na manhã deste sábado (25), na cidade de Uauá, no norte da Bahia, com a morte de três suspeitos pela Polícia Militar.

Policiais militares da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe/Caatinga) apreenderam fuzis, pistolas e artefatos explosivos, além de munições e outros materiais que o grupo usava nos crimes.

Segundo a PM, as equipes receberam uma denúncia de que membros de uma quadrilha especializada estava na região. Os policiais fizeram buscas no local indicado e encontraram um grupo de suspeitos. Quando notaram a chegada dos PMs, os suspeitos não atenderam a ordem de parada e começaram a atirar, enquanto tentavam fugir.

Os PMs revidaram e depois do fim do tiroteio encontraram três suspeitos feridos no chão. O trio foi levado até uma unidade de saúde da região, onde as mortes foram confirmadas.

Todo o material apreendido foi apresentado à delegacia do município, onde a ocorrência foi registrada. A PM não informou se havia mais suspeitos no local que conseguiram fugir. 

 Com eles, policiais apreenderam fuzis e mais armamento

"Tomei cadeirada e spray de pimenta", diz homem que denunciou situação análoga à escravidão no RS

Redação Portal Cleriston Silva PCS

Era 20h de terça-feira (21), quando Marcelo* viu em uma ligação a oportunidade de fugir. Ele estava sendo agredido, após divulgar, em um grupo de rede social, um vídeo relatando que era obrigado a trabalhar com roupa molhada e que era alimentado com comida estragada. A situação, caracterizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como análoga à escravidão, ocorria desde o início do mês em Bento Gonçalves (RS).

Marcelo* aproveitou que os homens que o agrediam foram atender uma ligação e pulou de uma janela, correndo até um mato próximo do local onde estava. Ele e mais dois trabalhadores, que estavam com ele, aguardaram até 3h da manhã desta quarta (22) para sair pedindo ajuda. Eles conseguiram, através de um telefone que ficou escondido em um dos trabalhadores, entrar em contato com a família, em Salvador, receber uma transferência bancária para conseguir ir até a rodoviária pegar um ônibus. Pararam em Caxias do Sul, onde foram ajudados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O trabalhador baiano veio para a Serra gaúcha atrás de uma oportunidade de trabalho e de sustento que parecia boa, com salário de R$ 3 mil, com alimentação e alojamento inclusa. "Ele (o aliciador que trouxe os trabalhadores) enviou um link geral, que caía em qualquer site, em qualquer aplicativo. Aí um colega meu, pelo fato de eu, todos os dias, pedir a ele um trabalho, ele viu esse link e falou. Eu disse para ele mandar para mim, de primeira eu vi R$ 3 mil limpo, com comida, café da manhã, alojamento, sem gasto nenhum, tudo na conta deles. No dia que a gente veio ele (o aliciador) fez aquela palestra, uma reunião mentirosa, fazendo uma fantasia, fez a nossa mente", relata Marcelo*, que viajou por quatro dias e meio até Bento Gonçalves.

Ele conta que, ainda na estrada, começou a notar que a realidade não era como prometida. O gasto com comida nas paradas - em lugares caros, segundo ele - já estava sendo descontado do salário. A promessa de banho quente e descanso ao chegar também não foi concretizada, Marcelo* afirma que o banho era em uma torneira gelada e que foram acordados duas horas antes do combinado para ir para o trabalho. "Tinham dito que íamos acordar 6h da manhã para trabalhar, mas não aconteceu nada disso. Às quatro horas nós estávamos sendo acordados para ir trabalhar. Logo no primeiro café da manhã faltou pão e café para trabalhadores, não só na roça que eu trabalho", complementa.

O trabalhador diz que conseguiu relevar na primeira semana, achando que melhoraria, mas ao longo das semanas seguintes, foi ficando revoltado com a situação. Foi quando decidiu gravar o vídeo, que acabou sendo motivo de violência e de ameaça de morte. "Tomei cadeirada, spray de pimenta, estou com os dentes moles. Eu escutei eles falando que um carro estava vindo para levar para me matarem. O tempo dos escravos eu não vivi, acho que nem minha bisavó viveu. Hoje vai existir escravo de novo? Não vai. O que depender de mim, não vai, eu vou abrir minha boca, eu vou falar que 'tá' errado", defende Marcelo*.

Enquanto o trabalhador fugia, o grupo que veio com ele era ameaçado para falar seu paradeiro. "Eles falavam 'você vai ter que dar (o número do telefone) ou você vai morrer. Todos que vieram com ele vão ter que morrer", conta Tiago*, que fugiu na madrugada desta quarta, para Porto Alegre, com medo da morte.


Tiago* conta que o grupo era do mesmo bairro e alguns da mesma família. Além das péssimas condições de alojamento, eles trabalhavam das 5h às 20h, sem pausa, com direito de folga apenas aos sábados — entretanto, eram obrigados a assinar no ponto que folgavam também aos domingos. "Eles nos acordavam gritando 'bora seu demônio, dormiu a noite inteira e 'tá com preguiça?'. Era um bocado de gente num quarto só, um abafamento, não tinha ventilador, não tinha TV, comida ruim. Uns dormiam no chão, porque o quarto estava cheio", diz Tiago*.

Do resgate - O agente da PRF em Porto Alegre, Douglas Paveck, recebeu a informação dos colegas de Caxias de que três homens estariam na rodoviária da Capital, fugindo de uma situação que poderia ter características de trabalho escravo.

"Eu fui na rodoviária para tentar localizá-los, consegui contato com eles através de um número que me passaram. Eles realmente estavam muito, muito assustados, tinha um deles ali que não queria fazer nenhum tipo de denúncia, que estava com muito medo. Eles não tinham almoçado, não tinham tomado café da manhã, não tinham jantado. Um deles estava machucado, este me informou que tinha sido espancado na pousada", conta Paveck.

Após os homens se alimentarem, eles retornaram com a PRF para Caxias, para dar início a Operação. "A gente contou muito com a colaboração deles (trabalhadores) a todo momento e, mesmo com muito medo, com muito receio, porque são pessoas muito humildes e simples, mesmo assim tiveram esse senso de responsabilidade de não permitir que outras pessoas passassem por aquele momento que eles estavam passando", relata o agente.

A operação - Além de Marcelo* e Tiago* outros 180 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à escravidão na noite de quarta. A operação contou com agentes da PRF, Polícia Federal e MTE. Todos os baianos estavam com vínculo empregatício com uma prestadora de serviço, que atua na colheita da uva e no abate de aves. As informações são do GZH.

*Para preservar a identidade dos trabalhadores, foram utilizados nomes fictícios.