O aumento da população de cães nas ruas de Serrinha é assustador e parece não ter solução. Eles servem até de “segurança” na vizinhança, pois habituados ao local, se sentem donos do território e passam a fazer parte da rua que o acolheu. O problema é que nem sempre eles encontram alguém que lhe dê comida, um pouco de água ou até mesmo um abrigo. Sem dono, sem teto e sem carinho esses cachorros dormem ao relento e a mercê da própria sorte.
A Associação Protetora dos Animais de Serrinha (APAS) afirma que não é possível contabilizar o número exato de animais perambulando pelas ruas da cidade, mas atesta que é muito grande. Na opinião deles há um número bem maior de cães sem dono a procura de um lar. O serviço de castração em cães e gatos, que deveria ser oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não existe.
A SMS informou que não recolhe animais das ruas, salvo a comprovação de alguma doença que coloque em risco à saúde pública e o único serviço oferecido regularmente é a vacinação contra raiva.
A instituição cuidadora de cães de rua, além de criticar a falta de empenho da Administração do Município exige a oferta gratuita de castração, além da realização de campanhas de incentivo à população sensibilizando-as a não abandonarem seus cães.
Segundo Carime Cabral, presidente da APAS, cerca de 60 animais, 30 gatos e 30 cachorros, estão sob a responsabilidade da associação em dois abrigos improvisados temporariamente. “Nós colocamos os animais com problemas de saúde em duas casas emprestadas. Qualquer hora os donos podem pedir o imóvel e nós ficaremos sem condições de abrigar os bichos”, disse Carime.
A Associação Protetora dos Animais foi fundada há quatro anos e é mantida com a ajuda de voluntários. “Nós não recebemos nenhuma ajuda do poder público. Tudo que arrecadamos é fruto da solidariedade dos nossos voluntários”, afirmou Carime.
Para a comerciária Cleide Barroso da Silva, há um descaso da administração da cidade. “O Município não colabora com as associações que cuidam dos animais. Dá dó passar e ver os bichos nos lixões. O Município tem que fazer campanhas educativas de guarda responsável que oriente a população a vacinar e alimentar seus cães”, ressalta a comerciária.
Conforme Carime Cabral, outro detalhe de extrema importância que deveria ser colocado em prática seria o sistema de registro e identificação dos animais, pois com esse serviço, facilitaria localizar o dono que o abandonou e dessa forma cobrar do mesmo, responsabilidade. “Abandonar um animal na rua entregue a sorte, não é diferente de abandonar uma criança. Está previsto em lei, é crime deixar um cachorro na rua”, lembrou Antoine Batista de Jesus, vendedor ambulante.
