Redação Portal Clériston Silva PCS
O bebê da jovem que engravidou aos 12 anos recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto, no bairro do Pau Miúdo, em Salvador, no domingo (28).
De acordo com a tia da garota, o menino está internado em um quarto e, por isso, a adolescente voltou para a unidade de saúde como sua acompanhante. "Como ele precisa de alguém que acompanhe, que fique no quarto, dê banho, a gente voltou para o hospital ontem", afirma Lusimarina Cruz.
A tia da jovem diz ainda que a equipe médica que cuida do bebê aguarda o desenvolvimento do seu processo de sucção para que ele vá para casa. "Ele ainda se alimenta por sonda, ela [garota] coloca o peito aí ele mama um pouquinho", descreve a tia.
A expectativa da família do bebê é de que ele deixe a maternidade na próxima sexta-feira (2).
Escolha do nome - Douglas foi o nome escolhido para o bebê, que nasceu no dia 20 de julho, aos sete meses de gestação. Lusimarina diz que sempre achou o nome bonito. "Não é uma homenagem, sempre achei bonito, diferente", explica.
No dia 22 de julho, a adolescente de 12 anos recebeu alta médica, mas voltou para casa no dia 24, sem o bebê, que permaneceu internado na maternidade. "Deram alta, mas eu pedi para ela ficar lá para ver se saía junto com o bebê, que tinha previsão [de alta] para hoje [dia 24 de julho]. Ele já respira só, mas não suga sozinho, mama através de sonda e ainda vai fazer outros exames, então ontem a pediatra disse que não ia liberar ele", disse Lusimarina na ocasião.
A menina, que é da zona rural de Sátiro Dias, a 52 km de Serrinha, vai morar com Lusimarina em Porto de Sauípe, no Litoral Norte da Bahia. Segundo a família, ela engravidou do primo, que também tem 12 anos.
O bebê nasceu pesando 1,8 kg e medindo 47 cm, em parto normal. "Tudo mostrava que existia boa proporcionalidade, que essa criança nasceria sem dificuldades, o que aconteceu. Foi parto simples, normal e pariu como Deus manda, naturalmente, que é o bom para as mulheres", disse o médico Amado Mizarala, coordenador do setor de obstetrícia da maternidade.
Situação de alerta - A situação chamou a atenção por causa da pouca idade da mãe. Segundo Mizarala, no dia em que a adolescente deu à luz, outras cinco crianças nasceram de mães também adolescentes, entre elas, uma de 13 e quatro de 14 anos. A Secretaria da Saúde afirma que, em 2011, foram mais de 46 mil partos em mulheres de 10 a 19 anos. No ano passado, foram 40.350. Pacientes nessa situação podem procurar atendimento no Iperba, que fica no bairro de Brotas, ou na maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto.
"É extremamente preocupante, porque o parto em uma adolescente significa mais doenças tanto para a mãe como para a criança. Nós temos mais prematuridade, eclâmpsia, infecção, temos vários problemas de saúde. São mulheres que não se desenvolveram fisicamente e que leva a ser operada, fazer cirurgia e ter mais complicações também", explica o médico Amazo Mizarala.