Redação Portal Cleriston Silva PCS
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (31) traz cenários sem o ex-presidente Lula, condenado em segunda instância na Lava Jato. Nome cotado para substituir o petista nas urnas em eventual impedimento de Lula, o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), aparece com apenas 2% de intenção de votos.
Ainda nos cenários sem Lula, quem lidera é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Em segundo lugar, vem a ex-ministra Marina Silva (Rede). Em terceiro, está Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT. Em quatro cenários estimulados com o ex-presidente Lula, o petista segue liderando com percentual que oscila entre 34 e 37%.
Quando avaliado um leque de candidatos sem Lula, João Dória (PSDB) e Joaquim Barbosa, mas com Marina Silva, o apresentador Luciano Huck vem em quarto lugar com 8%, melhor número que conseguiu desde que teve o nome ventilado para disputar a Presidência.
Sem Lula, disputa no segundo turno fica acirrada - Em uma possível corrida presidencial sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quatro candidatos disputariam uma vaga no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSC), de acordo com a primeira pesquisa do Datafolha após a condenação do petista em segunda instância.
O levantamento mostra que, caso o ex-presidente seja barrado pela Lei da Ficha Limpa, seus votos ficariam pulverizados entre diversos nomes e a briga pelo segundo lugar seria acirrada.
Bolsonaro lidera o principal cenário sem a presença de Lula, com 18% das intenções de voto. Ele aparece à frente de Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido). Marina lidera o segundo pelotão, com 13%. Ciro (10%), Alckmin (8%) e Huck (8%) estão tecnicamente empatados.
Apesar de aparecer como primeiro colocado nessa situação, Bolsonaro parou de crescer. Ele oscilou negativamente em todos os quadros apresentados na pesquisa, em comparação com o levantamento de novembro.
No início de janeiro, reportagens da Folha de S.Paulo revelaram que o patrimônio de Bolsonaro e de sua família se multiplicou depois que ele entrou na política, e que o deputado recebe auxílio-moradia da Câmara apesar de ser dono de apartamento em Brasília.
No segundo turno, Bolsonaro seria derrotado tanto pelo ex-presidente Lula (49% a 32%) quanto pela ex-senadora Marina Silva (42% a 32%).
Lula conserva força eleitoral mesmo condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
O petista lidera o primeiro turno em todos os cenários em que seu nome é apresentado, com apoio de 34% a 37% do eleitorado. No segundo turno, venceria Alckmin e Marina, além de Bolsonaro.
Com a condenação, Lula pode ser declarado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, mas pode recorrer a tribunais superiores ou esperar uma decisão do TSE sobre sua candidatura, o que só deve ocorrer em setembro.
Caso o PT precise substituir Lula na urna eletrônica, o levantamento do Datafolha mostra que o potencial do petista de transferir votos para um apadrinhado pode ter ficado abalado.
O percentual de eleitores que dizem que não votariam em um candidato apoiado pelo ex-presidente subiu de 48%, em novembro, para 53%. Outros 27% dizem que o apoio de Lula influenciaria a escolha "com certeza", e 17% afirmam que "talvez" votassem no nome indicado por ele.
A saída de Lula da disputa impulsiona principalmente Marina Silva e Ciro Gomes. Ao comparar cenários com e sem a participação do ex-presidente, Marina passa de 8% para 13%, enquanto Ciro cresce de 6% para 10%.
Patinando - Outros candidatos também crescem quando Lula está fora do páreo, mas de forma mais tímida: tanto Geraldo Alckmin quanto Luciano Huck sobem de 6% para 8%.
No cenário sem Lula, um dos possíveis candidatos do PT, o ex-governador baiano Jaques Wagner, aparece com 2%. O percentual de eleitores que diz não saber em quem votar ou que votaria em branco ou nulo sobe de 16% para 28% quando o ex-presidente não é um dos candidatos.
O apresentador da Rede Globo reaparece na pesquisa numericamente empatado com o governador paulista. Huck afirmou, em artigo publicado em novembro na Folha de S.Paulo, que não será candidato, mas dirigentes partidários ainda acreditam que ele pode disputar a Presidência.
Favorito para se candidatar ao Planalto pelo PSDB, Alckmin patina em todos os cenários apresentados pelo Datafolha. O tucano tem de 6% a 11% das intenções de voto. A dificuldade de Alckmin em subir nas pesquisas provocou questionamentos dentro de seu próprio partido sobre a viabilidade de sua candidatura. Potencial adversário interno, o prefeito paulistano João Doria aparece com até 5%.